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POLUIÇÃO SONORA
IBGE consultou moradores de quase 50 mil domicílios; Goiânia foi considerada a mais silenciosa
Morador elege Belém a "capital do barulho"
THIAGO GUIMARÃES
DA AGÊNCIA FOLHA
A "capital do barulho" no Brasil,
segundo seus próprios moradores, é Belém. Na capital paraense,
44,2% das famílias entrevistadas
pelo IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística) declararam morar perto de ruas ou vizinhos barulhentos.
Na outra ponta, como campeã
de tranqüilidade, aparece Goiânia
(GO), com 20,7% de famílias que
se disseram insatisfeitas com o
barulho das imediações.
As duas principais metrópoles,
São Paulo e Rio de Janeiro, ocupam, respectivamente, o quinto e
o 19º lugares no "ranking do barulho" das capitais.
Os dados sobre a percepção de
barulho nas capitais foram organizados pelo IPP (Instituto Pereira Passos), ligado à Prefeitura do
Rio de Janeiro.
As informações são da última
POF (Pesquisa de Orçamentos
Familiares) do IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística), realizada entre julho de 2002 e
junho de 2003.
A pesquisa do IBGE, feita em
48.470 domicílios pelo país, incluiu perguntas sobre a qualidade
de vida das famílias. Entre elas,
questões sobre problemas nas
proximidades das moradias, como poluição sonora.
"Não é uma medição de ruído
objetiva. É a percepção da família
do domicílio sobre se o vizinho e a
rua são barulhentos", afirmou o
diretor de Informações Geográficas do IPP e ex-presidente do IBGE, Sérgio Besserman.
Sentimento da população
Para Besserman, os dados da
pesquisa são importantes porque
demonstram o sentimento da população em relação à poluição sonora, que pode variar de acordo
com o padrão de exigência.
"Uma cidade pode ter uma população muito exigente com relação ao barulho e ter uma percepção de ruído maior do que outra
com o mesmo ou maior ruído,
mas onde a percepção não é tão
forte", afirmou o diretor de Informações Geográficas do IPP.
Em Belo Horizonte (MG), segundo lugar no "ranking do barulho", 44% das famílias afirmaram
viver em ambientes ruidosos. Para a secretária-adjunta do Meio
Ambiente da cidade, Flávia Mourão, o percentual é resultado da
manifestação de pessoas que vivem em locais tradicionalmente
mais quietos.
"As pessoas se sentem incomodadas porque não vivem em ambientes barulhentos o dia todo",
disse. Contudo a secretária-adjunta afirmou que a poluição sonora na cidade é tema que merece
"atenção pública".
Flávia Mourão afirmou ainda
que o município mantém um serviço que funciona 24 horas com o
objetivo de atender reclamações
sobre barulho. Segundo ela, são
atendidas cerca de 500 chamadas
por mês, com medição de ruído
nos locais.
Fiscalização
O secretário de Meio Ambiente
de Goiânia, Clarismino Júnior,
atribuiu a performance da capital
mais silenciosa aos serviços de fiscalização e atendimento da prefeitura. Afirmou ainda que o fato
de a frota de ônibus da cidade ser
"razoavelmente nova" também
contribui para diminuir a percepção de ruído.
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