|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ACIDENTE
Motorista perdeu controle do coletivo, que derrubou um poste e atropelou quatro pessoas na rua Butantã, em Pinheiros
Ônibus invade a calçada e mata pedestre
FERNANDA BASSETTE
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma pessoa morreu e outras
três ficaram feridas depois de serem atropeladas por um ônibus
desgovernado na rua Butantã, em
Pinheiros, zona oeste. O ônibus
invadiu a calçada, derrubou um
poste de semáforo e atingiu duas
oficinas mecânicas. O acidente
aconteceu por volta das 18h30 e
causou lentidão no trânsito.
Antônio Benedicto Ferretti Spacassassi, 65, estava na calçada e
morreu na hora. Ele trabalhava
em uma oficina para converter
veículos para gás natural a poucos
metros do local do acidente.
"Seu Antônio era muito amigo
nosso. Ele estava indo embora para casa, passou aqui e até brincou
com a gente, estava cantando pagode. Pouco depois que ele saiu,
eu ouvi um barulho e vi uma poeira subindo. Ele tinha acabado de
ser atropelado", disse Aguinaldo
Alves da Silva, 35, comerciante.
Segundo informações da Polícia
Militar e do Corpo de Bombeiros,
o filho de Spacassassi é policial civil da Delegacia Anti-Seqüestro e
passava perto do local no momento do atropelamento. Quando decidiu parar para ver o que
estava acontecendo, percebeu que
era o seu pai que havia morrido.
Outros três pedestres foram
atingidos, mas não correm risco
de morte: Willian Lima Silva, 18,
que foi encaminhado para o Hospital das Clínicas, onde permanece internado em estado grave; Antônio Cruz, 45, que foi atendido
no pronto-socorro da Lapa e estava em observação e um terceiro
pedestre não identificado pela polícia que foi socorrido no Hospital
Bandeirantes e já teve alta.
O acidente
O motorista Orlando Sebastião
Duarte, 60, fazia a linha Jardim
Adalgisa/Vila Mariana (775A)
quando perdeu o controle do ônibus do Consórcio Sudoeste
(OAK-Tree). Segundo ele, chovia
no momento do acidente.
Ele trafegava na rua Butantã, no
sentido Vila Mariana, e tinha acabado de sair da ponte Bernardo
Goldfarb. O local é de tráfego intenso no horário de pico.
"Não sei explicar o que aconteceu. Eu estava dirigindo a cerca de
40 km por hora e perdi o controle.
Eu pisei no freio e o ônibus derrapou", relatou Duarte, ainda abatido, enquanto aguardava para
prestar depoimento no 14º DP.
Duarte está aposentado e trabalha como motorista na empresa
há 23 anos. Ele disse que nunca se
envolveu em nenhum acidente.
"Não sei nem o que dizer. Não estou muito bem para falar."
O mecânico Edson José Gusson,
46, que trabalha em uma oficina
em frente ao local, disse que "escapou da morte por pouco".
"Eu estava na calçada aguardando o sinal fechar para atravessar a rua. De repente vi o ônibus
freando e vindo em direção da
calçada, em cima dos pedestres.
Saí correndo. Por pouco não fui
atingido. Uma pena que o nosso
colega [Spacassassi] não resistiu e
morreu", disse Gusson.
O mecânico acrescentou que
não é a primeira vez que acontecem acidentes desse porte no local. "Não culpo o motorista do
ônibus. Aqui precisa de uma lombada eletrônica porque a rua é
desnivelada, e os carros perdem o
controle. Vamos ver se agora a
CET [Companhia de Engenharia
de Tráfego] faz alguma coisa."
O caso foi registrado no 14º DP
como homicídio culposo (sem intenção de matar) e lesão corporal
culposa. O delegado responsável,
Marcel Fehr, disse que o motorista seria ouvido e liberado.
"Não faz sentido mantê-lo preso porque ele não fugiu. Vamos
fazer uma perícia no ônibus e só
depois disso é que saberemos o
que realmente aconteceu", disse.
Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Legislação caduca: Após 111 anos, cai veto a carro de boi em SP Índice
|