São Paulo, sexta-feira, 18 de novembro de 2005

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ACIDENTE

Motorista perdeu controle do coletivo, que derrubou um poste e atropelou quatro pessoas na rua Butantã, em Pinheiros

Ônibus invade a calçada e mata pedestre

FERNANDA BASSETTE
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma pessoa morreu e outras três ficaram feridas depois de serem atropeladas por um ônibus desgovernado na rua Butantã, em Pinheiros, zona oeste. O ônibus invadiu a calçada, derrubou um poste de semáforo e atingiu duas oficinas mecânicas. O acidente aconteceu por volta das 18h30 e causou lentidão no trânsito.
Antônio Benedicto Ferretti Spacassassi, 65, estava na calçada e morreu na hora. Ele trabalhava em uma oficina para converter veículos para gás natural a poucos metros do local do acidente.
"Seu Antônio era muito amigo nosso. Ele estava indo embora para casa, passou aqui e até brincou com a gente, estava cantando pagode. Pouco depois que ele saiu, eu ouvi um barulho e vi uma poeira subindo. Ele tinha acabado de ser atropelado", disse Aguinaldo Alves da Silva, 35, comerciante.
Segundo informações da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros, o filho de Spacassassi é policial civil da Delegacia Anti-Seqüestro e passava perto do local no momento do atropelamento. Quando decidiu parar para ver o que estava acontecendo, percebeu que era o seu pai que havia morrido.
Outros três pedestres foram atingidos, mas não correm risco de morte: Willian Lima Silva, 18, que foi encaminhado para o Hospital das Clínicas, onde permanece internado em estado grave; Antônio Cruz, 45, que foi atendido no pronto-socorro da Lapa e estava em observação e um terceiro pedestre não identificado pela polícia que foi socorrido no Hospital Bandeirantes e já teve alta.

O acidente
O motorista Orlando Sebastião Duarte, 60, fazia a linha Jardim Adalgisa/Vila Mariana (775A) quando perdeu o controle do ônibus do Consórcio Sudoeste (OAK-Tree). Segundo ele, chovia no momento do acidente.
Ele trafegava na rua Butantã, no sentido Vila Mariana, e tinha acabado de sair da ponte Bernardo Goldfarb. O local é de tráfego intenso no horário de pico.
"Não sei explicar o que aconteceu. Eu estava dirigindo a cerca de 40 km por hora e perdi o controle. Eu pisei no freio e o ônibus derrapou", relatou Duarte, ainda abatido, enquanto aguardava para prestar depoimento no 14º DP.
Duarte está aposentado e trabalha como motorista na empresa há 23 anos. Ele disse que nunca se envolveu em nenhum acidente. "Não sei nem o que dizer. Não estou muito bem para falar."
O mecânico Edson José Gusson, 46, que trabalha em uma oficina em frente ao local, disse que "escapou da morte por pouco".
"Eu estava na calçada aguardando o sinal fechar para atravessar a rua. De repente vi o ônibus freando e vindo em direção da calçada, em cima dos pedestres. Saí correndo. Por pouco não fui atingido. Uma pena que o nosso colega [Spacassassi] não resistiu e morreu", disse Gusson.
O mecânico acrescentou que não é a primeira vez que acontecem acidentes desse porte no local. "Não culpo o motorista do ônibus. Aqui precisa de uma lombada eletrônica porque a rua é desnivelada, e os carros perdem o controle. Vamos ver se agora a CET [Companhia de Engenharia de Tráfego] faz alguma coisa."
O caso foi registrado no 14º DP como homicídio culposo (sem intenção de matar) e lesão corporal culposa. O delegado responsável, Marcel Fehr, disse que o motorista seria ouvido e liberado.
"Não faz sentido mantê-lo preso porque ele não fugiu. Vamos fazer uma perícia no ônibus e só depois disso é que saberemos o que realmente aconteceu", disse.


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