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Casal de idosos é assassinado a facadas no Sumaré
Filho, que sofreu um corte na nuca, chegou a ser citado como suspeito pela polícia, que depois recuou e o considerou vítima
O crime aconteceu entre 6h e 6h30 de ontem; a mãe da idosa assassinada relatou aos policiais que foi trancada no banheiro
KLEBER TOMAZ
RICARDO GALLO
MARIANA TAMARI
DA REPORTAGEM LOCAL
Um casal de aposentados foi
assassinado a facadas ontem,
dentro da casa onde morava, no
Sumaré, bairro de classe média
da zona oeste de São Paulo. Um
filho do casal, de 42 anos, foi ferido na nuca, também com golpe de faca. Ele está internado,
mas não corre risco de morte.
A polícia não tem conclusões
sobre autoria e causa do crime.
De manhã, o filho que foi ferido, o escrevente técnico judiciário Rogério Gonçalves Tavares, foi apontado pela Polícia
Civil como o principal suspeito.
À tarde, no entanto, após ouvi-lo no Hospital São Camilo,
os policiais disseram que Rogério não é suspeito. O casal deixa
outro filho, que não mora na
mesma casa.
O DHPP (Departamento de
Homicídios e Proteção à Pessoa), que investiga o caso, abriu
inquérito para apurar crimes
de duplo homicídio contra o casal e de tentativa de homicídio
contra o filho.
Rogério e a avó materna,
Isaura da Purificação Gonçalves, 93, que também estava na
casa, relataram à polícia que o
imóvel foi invadido por um homem mascarado. Rogério disse
se tratar de um assalto.
De manhã, a polícia apontou
alguns fatos que considerou estranhos à hipótese de assalto.
Exemplos: nenhum objeto foi
levado pelo criminoso e ninguém notou movimentação estranha diante da casa.
À noite, porém, policiais diziam que uma pegada no muro,
encontrada pela perícia, e manchas de sangue vistas numa casa vizinha podem corroborar a
hipótese de assalto e de que
uma quinta pessoa esteve na
cena do crime.
O crime
Os assassinatos ocorreram
entre 6h e 6h30, na rua Cayowaá. Ao chegar ao local, às
6h40, a PM encontrou o aposentado Sebastião Esteves Tavares, 71, morto no corredor externo da casa. A mulher dele,
Hilda Gonçalves Tavares, 67,
estava de bruços na cozinha.
A PM foi chamada por vizinhos, que ouviram gritos de socorro na casa. Segundo Beatriz,
que não deu o sobrenome, Sebastião gritou "socorro" três
vezes. Ela diz que, depois, Rogério berrou "meu pai!".
Foi o filho Rogério o primeiro a atender os policiais. Ferido
e de cueca, o escrevente, segundo a PM, resistiu a abrir a casa
-os policiais precisaram convencê-lo. Dentro do imóvel
também estava a mãe de Hilda,
Isaura, que não se feriu. Rogério e a avó moram na casa.
Isaura relatou aos policiais
que viu o neto amarrado com fita adesiva no chão enquanto
era levada para o banheiro, onde foi trancada. Questionada
pela Folha no 23º Distrito Policial (Perdizes), Isaura, que tinhas manchas de sangue na
roupa, disse não ter visto nada.
Até ontem a tarde, Isaura
não tinha sido informada da
morte da filha e do genro.
Arma do crime
O delegado Rodolpho Chiarelli Jr, do DHPP, disse que a
polícia encontrou uma faca no
quarto do casal assassinado. O
objeto estava limpo, mas havia
rastro de sangue desse quarto
até a cozinha, cômodo onde
Hilda foi achada. O corpo de
Hilda apresentava ferimentos
que indicam que ela tentou se
defender (cortes nas mãos). A
polícia ainda procura a arma do
crime.
O piloto Valter Tavares, irmão de Rogério, disse ontem
em depoimento informal à polícia que nunca houve problemas de relacionamento em sua
família.
O escrevente foi submetido
ontem a cirurgia para suturar o
corte na nuca. Ele está na UTI,
mas não corre risco de morte.
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