|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Anhembi quer parte do Campo de Marte
Prefeitura negocia a ampliação do complexo com o governo federal; o projeto tem custo estimado em US$ 1,5 bilhão
Seriam construídos centro de convenções, arena de shows, estacionamento e parque; transferência da Aeronáutica é condição
EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
A Prefeitura de São Paulo negocia com o governo federal a
cessão de uma parte da área do
aeroporto Campo de Marte
(zona norte de São Paulo) para
ampliar o complexo do Anhembi. A idéia do prefeito Gilberto
Kassab (DEM) é ampliar dos
atuais 363 mil m2 para cerca de
700 mil m2 a área do Anhembi.
O custo previsto do projeto é de
cerca de US$ 1,5 bilhão.
A prefeitura pretende fazer
um segundo complexo, semelhante ao Anhembi, em área de
4 milhões m2 a ser desapropriada (veja texto nesta página).
A área do Campo de Marte
reivindicada pelo município
tem cerca de 800 mil m2, onde
seriam construídos um novo
centro de convenções, um estacionamento, uma arena para
shows e um parque. A área total do aeroporto é de 2,1 milhões de m2.
Do outro lado da av. Olavo
Fontoura, onde está o Anhembi, o pavilhão de exposições ganharia um segundo pavimento.
Seriam construídos ainda um
centro de convenções, um estacionamento e um shopping.
Essas duas áreas ao longo da
Olavo Fontoura seriam integradas ao parque do Gato, do
outro lado da marginal Tietê,
onde seria criada uma espécie
de "cidade do samba", batizada
de Fábrica dos Sonhos.
A idéia é construir 14 galpões
para serem usados como barracões por escolas de samba,
além de área administrativa,
estacionamento e área para
shows, entre outras coisas. A ligação entre os lados da marginal seria por uma passarela
com um shopping de serviços.
Caio Luiz de Carvalho, presidente da SPTuris -empresa
municipal que administra o
Anhembi-, disse que há empresas, a maioria estrangeira,
interessadas em implantar o
projeto.
"Nós faríamos com PPP
[parceria público-privada], e o
projeto é viável. O Anhembi
hoje é a grande fonte de receita
do município e nós precisamos
modernizá-lo e ampliá-lo",
afirmou.
A empresa que vencer a licitação terá de cuidar da ampliação do Anhembi e da construção da Fábrica de Sonhos, podendo explorar comercialmente os locais por até 30 anos -o
prazo ainda não foi definido.
Aeronáutica
A viabilização do projeto depende da transferência de parte das áreas ocupadas pela Aeronáutica no Campo de Marte.
O hospital iria para o Ipiranga
(zona sul), perto da sede do 4º
Comar (Comando Aéreo Regional). O Pama (Parque de
Materiais Aeronáuticos) iria
para São José dos Campos, com
o apoio da prefeitura local.
Onde fica o Pama, com acesso pela av. Brás Leme, seriam
instalados os hangares da Infraero, que hoje ficam do outro
lado do aeroporto, com acesso
pela Olavo Fontoura.
A área do Pama é um pouco
maior do que a ocupada pelos
22 hangares já existentes, mas
o projeto permite a "otimização" do espaço. O aeroporto ganharia, então, mais hangares.
Falta agora a decisão do governo federal. O assunto já chegou ao presidente Luiz Inácio
Lula da Silva, que conversou
com o governador José Serra
(PSDB) no início do ano. Lula
ficou de estudar.
Agora, a bola está com o Ministério da Defesa. A Aeronáutica, ao que tudo indica, aceita
sair da área. Kassab já conversou com o ministro Nelson Jobim sobre o assunto.
Texto Anterior: Gilberto Dimenstein: Imagine São Paulo sem a USP e o Masp Próximo Texto: Prefeitura vai construir nova área para eventos Índice
|