São Paulo, domingo, 18 de novembro de 2007

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Anhembi quer parte do Campo de Marte

Prefeitura negocia a ampliação do complexo com o governo federal; o projeto tem custo estimado em US$ 1,5 bilhão

Seriam construídos centro de convenções, arena de shows, estacionamento e parque; transferência da Aeronáutica é condição

EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

A Prefeitura de São Paulo negocia com o governo federal a cessão de uma parte da área do aeroporto Campo de Marte (zona norte de São Paulo) para ampliar o complexo do Anhembi. A idéia do prefeito Gilberto Kassab (DEM) é ampliar dos atuais 363 mil m2 para cerca de 700 mil m2 a área do Anhembi. O custo previsto do projeto é de cerca de US$ 1,5 bilhão.
A prefeitura pretende fazer um segundo complexo, semelhante ao Anhembi, em área de 4 milhões m2 a ser desapropriada (veja texto nesta página).
A área do Campo de Marte reivindicada pelo município tem cerca de 800 mil m2, onde seriam construídos um novo centro de convenções, um estacionamento, uma arena para shows e um parque. A área total do aeroporto é de 2,1 milhões de m2.
Do outro lado da av. Olavo Fontoura, onde está o Anhembi, o pavilhão de exposições ganharia um segundo pavimento. Seriam construídos ainda um centro de convenções, um estacionamento e um shopping.
Essas duas áreas ao longo da Olavo Fontoura seriam integradas ao parque do Gato, do outro lado da marginal Tietê, onde seria criada uma espécie de "cidade do samba", batizada de Fábrica dos Sonhos.
A idéia é construir 14 galpões para serem usados como barracões por escolas de samba, além de área administrativa, estacionamento e área para shows, entre outras coisas. A ligação entre os lados da marginal seria por uma passarela com um shopping de serviços.
Caio Luiz de Carvalho, presidente da SPTuris -empresa municipal que administra o Anhembi-, disse que há empresas, a maioria estrangeira, interessadas em implantar o projeto.
"Nós faríamos com PPP [parceria público-privada], e o projeto é viável. O Anhembi hoje é a grande fonte de receita do município e nós precisamos modernizá-lo e ampliá-lo", afirmou.
A empresa que vencer a licitação terá de cuidar da ampliação do Anhembi e da construção da Fábrica de Sonhos, podendo explorar comercialmente os locais por até 30 anos -o prazo ainda não foi definido.

Aeronáutica
A viabilização do projeto depende da transferência de parte das áreas ocupadas pela Aeronáutica no Campo de Marte. O hospital iria para o Ipiranga (zona sul), perto da sede do 4º Comar (Comando Aéreo Regional). O Pama (Parque de Materiais Aeronáuticos) iria para São José dos Campos, com o apoio da prefeitura local.
Onde fica o Pama, com acesso pela av. Brás Leme, seriam instalados os hangares da Infraero, que hoje ficam do outro lado do aeroporto, com acesso pela Olavo Fontoura.
A área do Pama é um pouco maior do que a ocupada pelos 22 hangares já existentes, mas o projeto permite a "otimização" do espaço. O aeroporto ganharia, então, mais hangares.
Falta agora a decisão do governo federal. O assunto já chegou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que conversou com o governador José Serra (PSDB) no início do ano. Lula ficou de estudar.
Agora, a bola está com o Ministério da Defesa. A Aeronáutica, ao que tudo indica, aceita sair da área. Kassab já conversou com o ministro Nelson Jobim sobre o assunto.


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