São Paulo, terça-feira, 18 de novembro de 2008

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MARIA STELLA COUTINHO DE ALCANTARA GIL (1923-2008)

Teve uma chácara com chão de estrelas

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Téia era moça da elite. Morou na avenida Paulista, na época em que o cartão-postal da cidade era ocupado por casarões luxuosos. Até que veio 1950, e tudo mudou.
Naquele ano, Maria Stella Coutinho de Alcantara Gil casou-se com um "médico idealista", que queria exercer a pediatria para os mais necessitados. A trabalho, o marido mudou-se para a pequena Macaubal, a 511 km de São Paulo. Téia o acompanhou.
Lá, a realidade era outra: teve de aprender a pilotar o forno à lenha e se acostumar com os banhos no "chuveiro Tiradentes" (enchia-se um balde, com furinhos, preso sobre a cabeça, que era acionado com uma cordinha). "Ela dizia que foi uma das fases mais felizes da vida dela", lembra o filho advogado.
Quando a filha estava para nascer, mudaram-se para São José do Rio Preto (SP), onde o marido acabou eleito vice-prefeito. Téia fundou um voluntariado para angariar suprimentos para o hospital de base da cidade.
No começo dos anos 70, entrou como sócia numa escola, mas ficou até 1976, quando o marido faleceu.
Teve ainda uma pequena chácara chamada "Chão de Estrelas", em homenagem à música de Orestes Barbosa e Sílvio Caldas. "Ela andava numa perua, cheia de adubo, café, cabrito. Ela adorava essas coisas", conta a filha, ex-reitora da UFSCar. Chegou a ganhar prêmio pela maior produção por mil pés de café.
Nos últimos anos, pintava aquarelas. Morreu na quinta, em SP, aos 85, de infarto. Teve três filhos e três netos.

obituario@folhasp.com.br



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