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Aumento de IPTU atingirá 1,7 mi de imóveis
Projeto enviado à Câmara prevê reajuste médio de 31%; com a mudança, 86 mil propriedades pagarão menos imposto em 2010
Cidade tem 2,8 milhões de imóveis; texto estabelece que 1 milhão deles, com valor venal máximo de
R$ 92.500, ficarão isentos
EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Cerca de 1,7 milhão de contribuintes de São Paulo (61%)
vão ter aumento de IPTU no
ano que vem, se for aprovado o
projeto enviado ontem pelo
prefeito Gilberto Kassab
(DEM) à Câmara.
O reajuste médio será de
31%. O aumento máximo previsto é de 40% para imóveis residenciais e 60% para os demais, que incluem estabelecimentos comerciais, indústrias,
serviços e terrenos vazios.
A cidade tem 2,8 milhões de
imóveis. O texto estabelece que
1 milhão deles terão isenção
-são aqueles cujo valor venal é
de no máximo R$ 92.500. O benefício vale por apenas um
imóvel por contribuinte.
Outros 86 mil imóveis terão
redução no valor do imposto
-lugares onde houve queda no
valor de mercado causado por
problemas como enchente e favela na vizinhança.
Arrecadação
Kassab não deve encontrar
dificuldades para aprovar o
projeto, uma vez que possui
maioria folgada dos votos no
Legislativo. Para valer o ano
que vem, a proposta precisa ser
votada até o fim de dezembro.
O aumento de IPTU será decorrente da revisão da planta
genérica de valores, que define
o valor venal dos imóveis. A
ideia é que os valores venais sejam o mais próximo possível do
praticado pelo mercado.
A última revisão foi feita em
2001, primeiro ano da gestão da
ex-prefeita Marta Suplicy (PT).
Desde então, os valores dos
imóveis sofreram apenas o reajuste equivalente à inflação.
Segundo a prefeitura, nesse
período 1,7 milhão de imóveis
que sofrerão aumento no IPTU
tiveram valorização superior à
inflação. Daí, a necessidade de
reajustar a planta genérica.
"É justo que as pessoas que
tenham investimentos públicos tenham essa atualização
feita. Com travas, evidentemente", disse Kassab.
Ele citou como exemplo de
investimentos públicos a construção de novas estações de
metrô, que valorizam os imóveis da região.
Ao estudar o valor de mercado dos imóveis na cidade, os
técnicos da prefeitura apontaram que algumas regiões tiveram valorização que poderiam
superar os 300%, conforme noticiou a Folha no mês passado.
Para evitar que os contribuintes tivessem de arcar com
aumentos maiores, Kassab estabeleceu os tetos de 40% e
60%. A ideia é que a diferença
seja paga nos anos seguintes.
Um exemplo é o Brás (centro). Pelo projeto de revisão da
planta genérica, a valorização
dos imóveis da região chega a
357% por causa da revitalização do largo da Concórdia.
"Em algum momento vai ter
essa valorização [no imposto]",
disse o secretário municipal de
Finanças, Walter Aluisio Morais Rodrigues.
Colaborou MARIANA BARROS
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