São Paulo, quarta-feira, 18 de novembro de 2009

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ONS diz não poder precisar causa do apagão

Segundo o órgão, curto-circuito foi causado por "descarga atmosférica" ou redução da capacidade para suportar a tensão

De acordo com diretor-geral do ONS, evento foi atípico e não será possível dizer com exatidão causas do blecaute que afetou 18 Estados

SAMANTHA LIMA
DA SUCURSAL DO RIO

O diretor-geral do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), Hermes Chipp, afirmou ontem que não será possível determinar com exatidão as causas do blecaute que atingiu 18 Estados. Ele disse que há duas hipóteses em avaliação, ambas relacionadas a "condições climáticas adversas".
O curto-circuito que determinou o blecaute foi causado por uma descarga elétrica com duas origens possíveis, diz Chipp. A primeira teria sido uma "descarga atmosférica". A segunda seria a redução da capacidade técnica dos equipamentos em suportar a tensão por estarem molhados.
"Determinar se houve descarga ou curto-circuito devido à sobretensão não é possível."
A descarga desligou inicialmente uma das três linhas de transmissão entre as subestações de Ivaiporã (PR) e Itaberá. Em seguida, uma linha paralela, no mesmo trecho, também foi apagada e, logo depois, uma linha em Mogi das Cruzes (SP).
As duas últimas linhas foram desligadas pela menor capacidade para suportar a sobrecarga do desligamento da primeira, devido à chuva, diz o ONS.
"Trata-se de um evento atípico e imprevisível. O fato de o primeiro curto-circuito ter sido muito próximo à subestação favoreceu a propagação para outras linhas, sem tempo de a primeira se restabelecer", disse.
Outra possibilidade é a de falha na comunicação sobre o mau tempo entre o Simepar, instituto de meteorologia da Universidade do Paraná, e o ONS. Chipp diz que não houve essa comunicação, mas que não entende o fato como falha.
Esse questionamento surgiu porque, nove horas antes do apagão, um aviso de condições climáticas adversas havia levado o ONS a mandar baixar a geração de Itaipu e proteger as linhas de transmissão em caso de curto-circuito causado por possível descarga elétrica -o que, de fato, ocorreu, às 13h31.
Era de se esperar, portanto, que um alerta semelhante, emitido antes do apagão das 22h13, pudesse levar o ONS, da mesma forma, a tomar medidas para reduzir a tensão.
Segundo Chipp, nenhum sistema elétrico do mundo está livre de uma condição adversa.
O ONS avaliará se há medidas a serem tomadas e as sugerirá ao governo. "Construir um sistema de transmissão paralelo, porém, é algo antieconômico", afirma Chipp.


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