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ONS diz não poder precisar causa do apagão
Segundo o órgão, curto-circuito foi causado por "descarga atmosférica" ou redução da capacidade para suportar a tensão
De acordo com diretor-geral do ONS, evento foi atípico e não será possível dizer com exatidão causas do blecaute que afetou 18 Estados
SAMANTHA LIMA
DA SUCURSAL DO RIO
O diretor-geral do ONS
(Operador Nacional do Sistema
Elétrico), Hermes Chipp, afirmou ontem que não será possível determinar com exatidão as
causas do blecaute que atingiu
18 Estados. Ele disse que há
duas hipóteses em avaliação,
ambas relacionadas a "condições climáticas adversas".
O curto-circuito que determinou o blecaute foi causado
por uma descarga elétrica com
duas origens possíveis, diz
Chipp. A primeira teria sido
uma "descarga atmosférica". A
segunda seria a redução da capacidade técnica dos equipamentos em suportar a tensão
por estarem molhados.
"Determinar se houve descarga ou curto-circuito devido
à sobretensão não é possível."
A descarga desligou inicialmente uma das três linhas de
transmissão entre as subestações de Ivaiporã (PR) e Itaberá.
Em seguida, uma linha paralela, no mesmo trecho, também
foi apagada e, logo depois, uma
linha em Mogi das Cruzes (SP).
As duas últimas linhas foram
desligadas pela menor capacidade para suportar a sobrecarga do desligamento da primeira, devido à chuva, diz o ONS.
"Trata-se de um evento atípico e imprevisível. O fato de o
primeiro curto-circuito ter sido
muito próximo à subestação favoreceu a propagação para outras linhas, sem tempo de a primeira se restabelecer", disse.
Outra possibilidade é a de falha na comunicação sobre o
mau tempo entre o Simepar,
instituto de meteorologia da
Universidade do Paraná, e o
ONS. Chipp diz que não houve
essa comunicação, mas que não
entende o fato como falha.
Esse questionamento surgiu
porque, nove horas antes do
apagão, um aviso de condições
climáticas adversas havia levado o ONS a mandar baixar a geração de Itaipu e proteger as linhas de transmissão em caso
de curto-circuito causado por
possível descarga elétrica -o
que, de fato, ocorreu, às 13h31.
Era de se esperar, portanto,
que um alerta semelhante,
emitido antes do apagão das
22h13, pudesse levar o ONS, da
mesma forma, a tomar medidas
para reduzir a tensão.
Segundo Chipp, nenhum sistema elétrico do mundo está livre de uma condição adversa.
O ONS avaliará se há medidas a serem tomadas e as sugerirá ao governo. "Construir um
sistema de transmissão paralelo, porém, é algo antieconômico", afirma Chipp.
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