São Paulo, quinta-feira, 18 de novembro de 2010

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PF prende 22 traficantes em 6 Estados

Quadrilha é acusada de enviar cocaína para Europa e África; bando teria faturado R$ 28 milhões em dez meses

2,3 toneladas da droga foram apreendidas durante a investigação da PF; criminosos mantinham base em SP

CAROLINA LEAL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A Polícia Federal prendeu ontem 22 pessoas numa operação contra suspeitos de integrar uma das principais organizações do tráfico internacional de drogas no Brasil. As prisões ocorreram em São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul.
Outros 20 mandados de prisão cumpridos eram relativos a criminosos que já estão presos no país.
O grupo tinha São Paulo como base e era formado por brasileiros, bolivianos, colombianos e europeus que enviavam cocaína da Bolívia para África e Europa. Nos últimos dez meses, a quadrilha movimentou cerca de R$ 28 milhões, segundo a PF.
Até o fechamento desta edição, um brasileiro estava foragido. Sete estrangeiros constavam ainda da relação pessoas a serem presas e passaram a figurar na lista de procurados da Interpol.
Em 18 meses de investigação, com a ajuda de polícias de países da América Latina e da Europa, foram apreendidas 2,3 toneladas de cocaína, R$ 500 mil em dinheiro, granadas antitanque e outras armas, além de dois aviões.
A organização se dividia em quatro células, segundo a PF: os fornecedores da cocaína na Bolívia, os compradores (traficantes brasileiros e estrangeiros), a coordenação do grupo no Brasil e a rede de colaboradores, responsável pelo transporte e armazenamento da droga.
Segundo a polícia, o esquema no Brasil era coordenado por um assessor parlamentar de Pereira Barreto (623 km de SP), cujo nome a PF não divulgou. Ele seria um dos poucos da quadrilha que conhecia todo o funcionamento da rede.
Foi preso também o dono de uma revenda de carros em SP, que seria o responsável pelo transporte da cocaína.

CAMINHO
A droga chegava ao Brasil escondida na fuselagem e nas asas de aviões, que usavam pistas clandestinas de pouso. Em seguida, a cocaína era transportada de caminhão para depósitos em SP.
Parte da droga era refinada e vendida no mercado interno. Outra parte era enviada de navio para a Europa e países africanos.
A PF não tem detalhes sobre como a droga era enviada para o exterior, e identificou apenas um ponto de saída: o porto de Rio Grande (RS), onde foram apreendidos cerca de 500 kg de cocaína. Para a PF, este grupo não tem ligação com nenhum cartel nem com as recentes apreensões de droga saída do Brasil para Portugal e Itália.


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