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TRAGÉDIA
Passageiros vieram a São Paulo para participar do enterro de uma pessoa da família, morta a tiros na sexta-feira
5 vítimas de acidente de avião eram parentes
DO "AGORA SÃO PAULO"
Cinco das sete pessoas que
morreram na noite de anteontem
no acidente com o bimotor turbo-hélice Aero Commandaer, prefixo PT-IEE, pertenciam à mesma
família, que estivera em São Paulo
para participar do enterro de um
parente. As outras duas vítimas
eram tripulantes da aeronave.
Além deles, uma moradora da rua
onde ocorreu o acidente morreu
de ataque cardíaco. Outras quatro
pessoas ficaram feridas.
O avião caiu menos de quatro
minutos depois de ter recebido
autorização para decolar do aeroporto de Congonhas, às 21h19 de
anteontem, segundo a Infraero e a
sala de radar do DPV (Departamento de Proteção ao Vôo) do
Ministério da Aeronáutica. A aeronave pegou fogo e atingiu três
casas da rua Andaquara e duas da
rua Antônio Terzi, em Campo
Grande (zona sul).
O empresário João Izidoro de
Andrade, 53, que morreu no acidente, havia vindo a São Paulo para participar do enterro de seu filho, o microempresário Sérgio Ricardo de Andrade, que foi morto
na sexta-feira à noite em Vila Nova Cachoeirinha, zona norte, após
reagir a um assalto.
João Izidoro estava acompanhado do sogro, o empresário
Márcio Artur Lerro Ribeiro, 57.
No mesmo vôo estavam os filhos
de Lerro Ribeiro, Márcio Rocha
Ribeiro Neto, 28, e Gabriela Gimenes Ribeiro, 31, além do outro
genro do empresário, Sílvio Name Júnior, 33.
Segundo a Infraero, o avião pertencia a Fernando Caetano, dono
da Agropecuária João Caetano,
razão social do frigorífico Naviraí,
em Maringá (PR), do qual Lerro
Ribeiro era sócio.
Os tripulantes do avião, José
Traspadini, 64 anos, e Geraldo
Antônio da Silva Júnior, 38 anos,
também morreram.
Um amigo da família Ribeiro, o
dentista Laurindo Furquim, disse
ontem que Márcio Artur Lerro
Ribeiro havia pedido o avião emprestado para Caetano para virem
ao enterro em São Paulo.
Pouco antes de voltar para Maringá, Ribeiro teria ligado para
seu sócio Fernando Caetano dizendo que estava com medo de
voar por causa da chuva que caía
em São Paulo. "Ele não queria
embarcar. O Fernando (sócio)
disse para ele vir em um avião
maior", afirmou Furquim.
Queimaduras
Pedro Paulo Soeira, 13 anos, estava assistindo televisão quando
sua casa foi atingida pelo avião.
Ele sofreu queimaduras graves
em 40% do corpo e está internado
desde ontem no Hospital Geral de
São Mateus (zona leste). Segundo
a unidade, seu estado de saúde é
estável.
No momento da queda do bimotor, a mãe Ana Rosa Cruz
Araújo, 40 anos, e o irmão Fernando Soeira, 21 anos, estavam
saindo para ir ao supermercado.
Ana Rosa não conseguiu conter
o desespero ontem ao ver sua casa
destruída. "Eu perdi tudo. Minha
preocupação é só meu filho. Só sei
que ele tem muita sede", disse.
De acordo com o supervisor da
Infraero em Congonhas, Miguel
Marcos Vaz, apesar da chuva e
das rajadas de vento na região do
aeroporto, as condições de vôo
eram normais na hora em que o
bimotor decolou.
Funcionários da sala de radar
do DPV disseram que o avião sumiu do radar de três a quatro minutos após levantar vôo. O local
da queda fica, segundo eles, a quatro milhas (6,43 quilômetros) a
oeste de Congonhas. A Aeronáutica não sabe a causa do acidente.
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