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VIOLÊNCIA
Ao tentar fugir da polícia, criminosos abandonaram diretor comercial da De Millus na favela de Paraisópolis
Executivo é agredido durante sequestro
DO "AGORA"
O diretor comercial da fábrica
de lingeries De Millus, Waldir dos
Anjos Dias, 56, ficou cerca de três
horas em um cativeiro, na favela
Paraisópolis, zona sul de São Paulo, na tarde de anteontem.
O sequestro começou às 17h30,
quando Dias estava parado com
seu Citröen Xsara num cruzamento da avenida Giovani Gronchi, também na zona sul, e foi
abordado por quatro homens.
Obrigado a ir para o banco de
trás, Dias teve a cabeça enrolada
pelo paletó e foi agredido com coronhadas. Os bandidos abandonaram o carro perto do local onde
abordaram o diretor comercial.
O executivo foi levado para uma
casa de oito cômodos na favela.
Como o carro ficou parado com
as portas abertas a cerca de 800
metros da casa onde Dias estava,
moradores desconfiaram de algo
errado e chamaram a polícia. Ao
perceberem a aproximação da
polícia, os sequestradores decidiram levar o diretor comercial para
outro cativeiro, mas, no trajeto,
ele caiu de uma escada na favela.
Ele foi agredido novamente com
coronhadas e, com um corte profundo na cabeça, foi abandonado
no local, enquanto o grupo fugia.
Ao perceber que estava sozinho,
o executivo fugiu da favela e encontrou a Polícia Militar revistando seu carro. Ele avisou que era
vítima de um sequestro e disse
que tinha condições de levar os
policiais ao cativeiro.
Prisões
Em uma blitz, 15 pessoas foram
presas. Após ser medicado no
Hospital São Luiz, o executivo reconheceu apenas quatro das pessoas detidas. As demais foram liberadas. Uma delas, um menor,
teria, segundo o delegado Wagner
Giudice, a função de avisar os
bandidos da região de que havia
alguém sequestrado no local.
Segundo o delegado Antonio de
Olim, da DAS (Divisão Anti-Sequestro), os acusados pelo sequestro não chegaram nem a pedir resgate à família de Dias, tudo
isso graças à briga que travaram
entre si, ainda quando o diretor
comercial estava no cativeiro.
Anteontem, um jovem que ficou 74 dias em um cativeiro na
zona leste da cidade foi libertado
após a polícia prender o suspeito
de ser o mentor do sequestro. O
jovem foi liberado durante a madrugada, sem que o resgate de
US$ 500 mil fosse pago.
A dona de uma farmácia nos
Jardins (zona oeste de São Paulo)
também foi resgatada anteontem.
Ela ficou um dia no cativeiro e foi
resgatada devido a uma informação passada ao Disque-Denúncia.
Ninguém foi preso.
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