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São Paulo, quinta-feira, 18 de dezembro de 2003

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VIOLÊNCIA

Ao tentar fugir da polícia, criminosos abandonaram diretor comercial da De Millus na favela de Paraisópolis

Executivo é agredido durante sequestro

DO "AGORA"

O diretor comercial da fábrica de lingeries De Millus, Waldir dos Anjos Dias, 56, ficou cerca de três horas em um cativeiro, na favela Paraisópolis, zona sul de São Paulo, na tarde de anteontem.
O sequestro começou às 17h30, quando Dias estava parado com seu Citröen Xsara num cruzamento da avenida Giovani Gronchi, também na zona sul, e foi abordado por quatro homens.
Obrigado a ir para o banco de trás, Dias teve a cabeça enrolada pelo paletó e foi agredido com coronhadas. Os bandidos abandonaram o carro perto do local onde abordaram o diretor comercial.
O executivo foi levado para uma casa de oito cômodos na favela. Como o carro ficou parado com as portas abertas a cerca de 800 metros da casa onde Dias estava, moradores desconfiaram de algo errado e chamaram a polícia. Ao perceberem a aproximação da polícia, os sequestradores decidiram levar o diretor comercial para outro cativeiro, mas, no trajeto, ele caiu de uma escada na favela. Ele foi agredido novamente com coronhadas e, com um corte profundo na cabeça, foi abandonado no local, enquanto o grupo fugia.
Ao perceber que estava sozinho, o executivo fugiu da favela e encontrou a Polícia Militar revistando seu carro. Ele avisou que era vítima de um sequestro e disse que tinha condições de levar os policiais ao cativeiro.

Prisões
Em uma blitz, 15 pessoas foram presas. Após ser medicado no Hospital São Luiz, o executivo reconheceu apenas quatro das pessoas detidas. As demais foram liberadas. Uma delas, um menor, teria, segundo o delegado Wagner Giudice, a função de avisar os bandidos da região de que havia alguém sequestrado no local.
Segundo o delegado Antonio de Olim, da DAS (Divisão Anti-Sequestro), os acusados pelo sequestro não chegaram nem a pedir resgate à família de Dias, tudo isso graças à briga que travaram entre si, ainda quando o diretor comercial estava no cativeiro.
Anteontem, um jovem que ficou 74 dias em um cativeiro na zona leste da cidade foi libertado após a polícia prender o suspeito de ser o mentor do sequestro. O jovem foi liberado durante a madrugada, sem que o resgate de US$ 500 mil fosse pago.
A dona de uma farmácia nos Jardins (zona oeste de São Paulo) também foi resgatada anteontem. Ela ficou um dia no cativeiro e foi resgatada devido a uma informação passada ao Disque-Denúncia. Ninguém foi preso.


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