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Rodoanel foi principal causa de desmatamento em SP
Por conta das obras, São Bernardo e São Paulo são os munícipios que tiveram maior perda
Secretário Municipal do
Verde diz que desmate foi
autorizado e será
compensado com replantio
e criação de 4 parques
DA REPORTAGEM LOCAL
São Bernardo do Campo e
São Paulo são os dois municípios que mais tiveram desmatamento de mata atlântica entre 2005 e 2008 na região metropolitana de SP. Segundo o
atlas da SOS Mata Atlântica e
do Inpe, o primeiro contabilizou 112 hectares desmatados,
enquanto o segundo, 70 hectares. A principal razão são as
obras do rodoanel.
O secretário municipal de
São Paulo Eduardo Jorge (Verde e Meio Ambiente) afirma
que o desmatamento causado
pela estrada foi autorizado pelos órgãos competentes e será
compensado com o replantio
de árvores e com a criação de
quatro parques.
No caso da região metropolitana do Rio de Janeiro, os desmatamentos se concentraram
no entorno da reserva biológica
do Tinguá. As cidades com mais
destruição de floresta são Itaboraí e Nova Iguaçu, ambos
com 48 hectares de desmatamento. Os dados confirmam
que a área é problemática -em
2005, um ambientalista que
trabalhava na área foi assassinado (veja texto nesta página).
Já na região metropolitana
de Vitória, a cidade que mais
chama a atenção é Guarapari,
com 68 hectares de desmatamento. Nem a SOS Mata Atlântica nem o Inpe souberam dizer
porque o município teve o
maior desmatamento da área.
"O Estado e o município precisam atuar nas regiões apontadas e verificar as informações",
diz Flavio Ponzoni, do Inpe.
A respeito da Cantareira,
Marcia Hirota, diretora da SOS
Mata Atlântica e coordenadora
do atlas, afirma que já alertou o
poder público intensamente
sobre invasões irregulares no
local. A fundação ressalta que a
Cantareira é responsável pelo
abastecimento de mais da metade da população da região
metropolitana de SP.
Fiscalização
Helena Carrascosa, coordenadora de biodiversidade e recursos naturais da Secretaria
Estadual de Meio Ambiente,
afirmou que ainda não havia
analisado os dados do atlas e
que hoje poderia falar com
mais embasamento sobre o assunto.
Ela adiantou, porém, que de
fato as obras do rodoanel elevaram a supressão de vegetação
no Estado. "Não há estrada sem
impacto. Mas se concluiu, na
análise do estudo de impacto
ambiental da obra, que os benefícios seriam maiores que os
prejuízos, em relação a desafogar o trânsito, por exemplo",
disse.
Segundo ela, a obra irá compensar o dano plantando mais
de 1.000 hectares de mata. "Vão
trocar a vegetação que existe
por outra plantada. Mas não dá
para fazer um omelete sem
quebrar os ovos", compara.
De acordo com ela, o governo
do Estado tem atuado na região
da Cantareira. "Estamos fiscalizando e licenciando. O Estado
está presente e tem o auxílio da
polícia. Mas nem sempre conseguimos evitar tudo", afirmou.
Ela ressaltou que algumas
ações têm sido feitas em parceria com a Prefeitura de São
Paulo, "o que não acontecia antes".
A reportagem tentou ouvir a
Prefeitura de São Bernardo do
Campo, mas não houve resposta até o fechamento desta edição.
(AB)
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