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Comerciante põe cartaz de protesto em loja para não ser expulso de shopping
RICARDO GALLO
DA REPORTAGEM LOCAL
Deu barraco no Pátio Higienópolis. Notificado pelo
shopping a fechar sua loja,
um comerciante pôs anteontem, em represália, cartazes
de protesto na vitrine.
Quem passa pelo corredor
do piso Pacaembu vê três faixas na frente da Paminy, de
moda feminina. Duas delas
estão presas ao pescoço de
manequins e denunciam
"abuso de poder" e um "plano" para forçar a loja a deixar
o shopping, em Higienópolis
(região central de SP).
O shopping quer a loja de
volta porque o contrato de locação venceu em março. Valter Duarte Rodrigues, dono
da Paminy, tem até quarta-feira da semana que vem para
desocupá-la -na antevéspera
do Natal, o período de maior
faturamento no ano.
A notificação, que ele também afixou na vitrine, é de 23
de novembro e dá um mês para o fechamento da loja.
Segundo Rodrigues, a renovação havia sido acertada verbalmente com o grupo Malzoni, antigo proprietário do shopping, seis meses antes do
vencimento, como determinava o contrato. A nova administração disse que não tinha
registro do acordo e pediu o
espaço de volta.
"Em abril, quando já tinha
vencido o contrato atual, tentei reclamar com a nova administração e não me atenderam. Depois, disseram que o
papel tinha sumido e que o
funcionário que me atendeu
já não trabalhava mais no
shopping", disse Rodrigues.
Há três semanas, um quiosque se instalou ao lado da
porta da sua loja. O empresário acha que foi uma tentativa
do shopping de forçá-lo a sair.
Foi então que ele teve a
ideia pôr os cartazes à vista
dos frequentadores do Pátio
Higienópolis. Os primeiros
foram colocados na sexta-feira, dia 4. Na segunda seguinte, a administração do shopping o convocou para uma
reunião. Sem ter uma solução, resolveu afixá-los novamente na vitrine anteontem.
O empresário disse que entrará na Justiça para ser ressarcido pelo prejuízo de ter de
deixar o shopping. Ele pedirá
R$ 500 mil -R$ 280 mil do
sinal que pagou para ocupar o
imóvel e outros R$ 220 mil
em melhorias feitas na loja.
Rodrigues diz pagar ainda
cerca de R$ 15 mil mensais
entre aluguel, condomínio e
fundo para promoções.
À Folha o Pátio Higienópolis afirmou que "exerceu direito legal e legítimo conferido a qualquer locador".
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