São Paulo, sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

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Comerciante põe cartaz de protesto em loja para não ser expulso de shopping

RICARDO GALLO
DA REPORTAGEM LOCAL

Deu barraco no Pátio Higienópolis. Notificado pelo shopping a fechar sua loja, um comerciante pôs anteontem, em represália, cartazes de protesto na vitrine.
Quem passa pelo corredor do piso Pacaembu vê três faixas na frente da Paminy, de moda feminina. Duas delas estão presas ao pescoço de manequins e denunciam "abuso de poder" e um "plano" para forçar a loja a deixar o shopping, em Higienópolis (região central de SP).
O shopping quer a loja de volta porque o contrato de locação venceu em março. Valter Duarte Rodrigues, dono da Paminy, tem até quarta-feira da semana que vem para desocupá-la -na antevéspera do Natal, o período de maior faturamento no ano.
A notificação, que ele também afixou na vitrine, é de 23 de novembro e dá um mês para o fechamento da loja.
Segundo Rodrigues, a renovação havia sido acertada verbalmente com o grupo Malzoni, antigo proprietário do shopping, seis meses antes do vencimento, como determinava o contrato. A nova administração disse que não tinha registro do acordo e pediu o espaço de volta.
"Em abril, quando já tinha vencido o contrato atual, tentei reclamar com a nova administração e não me atenderam. Depois, disseram que o papel tinha sumido e que o funcionário que me atendeu já não trabalhava mais no shopping", disse Rodrigues.
Há três semanas, um quiosque se instalou ao lado da porta da sua loja. O empresário acha que foi uma tentativa do shopping de forçá-lo a sair.
Foi então que ele teve a ideia pôr os cartazes à vista dos frequentadores do Pátio Higienópolis. Os primeiros foram colocados na sexta-feira, dia 4. Na segunda seguinte, a administração do shopping o convocou para uma reunião. Sem ter uma solução, resolveu afixá-los novamente na vitrine anteontem.
O empresário disse que entrará na Justiça para ser ressarcido pelo prejuízo de ter de deixar o shopping. Ele pedirá R$ 500 mil -R$ 280 mil do sinal que pagou para ocupar o imóvel e outros R$ 220 mil em melhorias feitas na loja.
Rodrigues diz pagar ainda cerca de R$ 15 mil mensais entre aluguel, condomínio e fundo para promoções.
À Folha o Pátio Higienópolis afirmou que "exerceu direito legal e legítimo conferido a qualquer locador".


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