São Paulo, sábado, 18 de dezembro de 2010

Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Projeto prevê demolir 30% da cracolândia

Estudo da prefeitura para Nova Luz propõe derrubar praticamente três quadras inteiras da rua Santa Ifigênia

Secretário diz que só não serão demolidos imóveis tombados pelo patrimônio ou que já têm ocupação adequada


Ricardo Nogueira/Folhapress
Rua Guaianases, no centro de SP, que faz parte do projeto Nova Luz; prédios à direita serão desapropriados e demolidos

EVANDRO SPINELLI
EDUARDO GERAQUE

DE SÃO PAULO

Para transformar a cracolândia, região central de São Paulo, em Nova Luz, a prefeitura prevê demolir cerca de 30% do bairro.
Entre os imóveis a serem demolidos estão três quadras praticamente inteiras da rua Santa Ifigênia, principal polo de comércio de produtos eletrônicos de São Paulo, e seis da avenida Rio Branco.
O projeto, divulgado ontem, apresenta o que a prefeitura pretende fazer em cada uma das áreas.
A ideia é incentivar o uso misto do bairro, onde os pavimentos térreos sejam ocupados por comércio e os pisos superiores tenham escritórios e residências.
Hoje, os 44 quarteirões do bairro têm 1,2 milhão de m2 de área construída. O secretário de Desenvolvimento Urbano, Miguel Bucalem, disse que 50 mil m2 de áreas residenciais e 300 mil m2 comerciais sofrerão intervenções.
A empresa que ganhar a licitação para fazer o projeto irá desapropriar ou comprar esses prédios, demolir e reconstruir. Os imóveis que serão mantidos, segundo Bucalem, ou são tombados pelo patrimônio histórico ou já têm ocupação adequada.
A expectativa é que o bairro tenha, após a conclusão das obras, 1,8 milhão de m2. Não há prazo previsto para o início ou o fim das obras.
Os donos dos imóveis que poderão ser desapropriados não foram notificados. Agora, a prefeitura vai abrir consulta pública do projeto.
As propostas podem ou não ser incorporadas ao projeto, que fica pronto até abril. Só após a licitação para escolher a empresa que fará as obras é que proprietários serão informados oficialmente.
A companhia que vencer a licitação ganhará o direito de desapropriar os prédios, construir o bairro de acordo com o projeto e depois revender os imóveis com lucro.
Em troca, terá de restaurar todos os prédios tombados do bairro e fazer obras em áreas públicas -calçadas, praças, parques, escolas, unidades de saúde, etc.-, estimadas em R$ 150 milhões.


Próximo Texto: Saiba mais: Revitalização começou há cinco anos
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.