DA REPORTAGEM LOCAL

O Banco Mundial, que forneceu as linhas gerais para o modelo do contrato da obra da linha 4-amarela (Vila Sônia-Luz) do Metrô de São Paulo, manterá seu cronograma de desembolso do empréstimo, que acaba em junho deste ano.
Até dezembro do ano passado, o banco havia liberado ao governo paulista aproximadamente 50% dos US$ 209 milhões previstos (R$ 446,4 milhões, em valores atuais). A obra terá um custo total de R$ 1,81 bilhão.
O banco, porém, aguarda o resultado de uma apuração própria sobre as causas do acidente. Até ontem, os técnicos contratados não haviam entrado na área do acidente, já que ela está interditada para o resgate das vítimas.
O relatório será enviado pelo PMU (do inglês "Project Management Unit"), um grupo de gerência do projeto baseado em São Paulo, com apoio de um consórcio de empresas de consultoria, lideradas pela finlandesa Pöyry, contratado em 2004 pelo banco por cerca de US$ 2,8 milhões (R$ 5,98 milhões atualmente).
"Quase tudo que neste momento os técnicos sabem é baseado em olharem de longe. Tirando o pessoal do Metrô e os bombeiros, ninguém teve acesso à área onde o acidente aconteceu", afirmou o chefe do projeto no banco em Washington (EUA), Jorge Rebelo.
O chefe do projeto afirmou que a responsabilidade de fiscalização do dia-a-dia da obra é "do mutuário [o governo de São Paulo, por meio do Metrô]".
O consórcio que foi contratado pelo banco faz uma supervisão periódica sobre aspectos gerais da construção e "tem o direito de se reportar diretamente ao secretário de Transportes e ao banco [Mundial] no caso de haver alguma situação" que esteja em desacordo com o que prevê o contrato.
O banco recebeu indicações do governo paulista de que a obra, prevista para ser entregue em novembro de 2008 (depois de uma prorrogação de um ano, em 2005), deverá ficar pronta somente em 2009. (RUBENS VA LENTE)


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