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Masp oferece vaga em conselho em troca de recursos financeiros
Nota é uma resposta às propostas de estatização do museu feitas por intelectuais
DA REPORTAGEM LOCAL
O Masp (Museu de Arte de
São Paulo) decidiu abrir seu
conselho deliberativo para a
participação da prefeitura, do
Estado e do Ministério da Cultura, desde que apóiem financeiramente o museu.
Em nota publicada hoje em
vários jornais, Júlio Neves, presidente da diretoria, e Adib Jatene, presidente do conselho
deliberativo, afirmam que a direção do museu aceita a participação dos três níveis de governo e de entidades e empresas
privadas no conselho "desde
que vinculados ao aporte regular de recursos financeiros".
A nota é uma resposta às propostas de estatização do Masp
feitas por intelectuais e que estão sendo discutidas pelo movimento SOS Masp, liderado por
Luiz Marques, ex-curador do
museu. As propostas começaram a surgir após o furto de
duas obras (já recuperadas) do
acervo do Masp, em dezembro.
O conselho deliberativo tem
poder limitado: sugere diretrizes de gestão, que podem ser
seguidas ou não pela diretoria.
Já os diretores são eleitos por
um grupo secreto de pessoas.
Essa situação vem desde a década de 1950, quando o museu
foi criado pelo empresário Assis Chateaubriand, dono do
grupo Diários Associados.
O secretário municipal de
Cultura, Carlos Augusto Calil
considerou positivo o aceno de
que órgãos públicos poderão
participar da gestão mesmo
que precisem pagar por isso
-em 2007, a prefeitura transferiu R$ 1,2 milhão ao museu.
"O estatuto do Masp é inteiramente anacrônico e precisa
ser revisto. Ele foi feito a partir
do modelo empresarial do Assis Chateaubriand. Os Diários
Associados faliram em 1980.
Então, esse modelo faliu pelo
menos em 1980", afirmou.
Para Calil, "o grã-fino que
quer participar do Masp tem
que pôr dinheiro, mas não pode
haver um estatuto que permita
sócios ocultos. Não é maçonaria". Ele propõe transformar o
museu em uma OS (organização social) ou em fundação.
Ronaldo Bianchi, secretário-adjunto de Estado da Cultura,
disse que acha ótima a participação do Estado no conselho
do Masp, mas diz que os benefícios fiscais que a prefeitura, Estado e União dão ao museu
também devem ser considerados "aporte de recursos".
Bianchi também alertou para
o fato de que o acervo do Masp é
tombado pelo Condephaat
(conselho estadual de defesa do
patrimônio cultural) e que, por
isso, o Estado também tem responsabilidades sobre o museu.
Na nota, Neves e Jatene pedem que a população demonstre apoio ao Masp por meio de
um abaixo-assinado no site do
museu (www.masp.art.br).
A dívida do Masp é de cerca
de R$ 14 milhões. Desse total, o
museu não reconhece R$ 4 milhões devidos à Eletropaulo.
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