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Ocorrência de raios no Sudeste cresce 51%
Comparação é entre a 1ª quinzena de janeiro de 2007 e o mesmo o período de 2008; 5 pessoas morreram
CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL
A região Sudeste registrou na
primeira quinzena de janeiro
um aumento de 51% no número de raios em relação ao mesmo período de 2007, segundo
levantamento do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Do início deste ano até
ontem, cinco pessoas haviam
morrido no país por raios.
O aumento ocorre em razão
do fenômeno "La Ninã", que altera a circulação de ar e a chegada das frentes frias. Em termos gerais, os raios acontecem
neste período por causa de um
choque entre as frentes frias
que vêm do Sul e o ar quente
presente no Sudeste, associado
a chuvas não-contínuas.
"Se chove muito, sem parar,
não tem muito raio porque a atmosfera fica fria", explica o pesquisador Osmar Pinto Júnior,
coordenador do Elat (Grupo de
Eletricidade Atmosférica), do
Inpe, em São José dos Campos.
Nos primeiros 15 dias de
2008 foram 159.925 raios, contra 105.864 raios em 2007. O
Inpe prevê que a incidência de
raios continue acima da média
durante todo verão.
Segundo Pinto Júnior, o aumento de raios confirma a previsão feita no início do mês pelo
instituto. Foi a primeira vez
que o Inpe fez a previsão da incidência de raios, da mesma
forma que o faz há 20 anos com
o tempo. A previsão foi baseada
no histórico das descargas elétricas da última década.
Pinto Júnior diz que não é
possível ter o mesmo nível de
confiabilidade para as previsões de raios em outras regiões
do país. "Sobre as regiões Sul e
Centro-Oeste temos dados
apenas dos últimos três anos.
Em relação às regiões Norte e
Nordeste, nós sequer temos dados. É impossível fazer uma
previsão", afirma.
Mortes
No ano passado, 46 pessoas
morreram vítimas de raios no
país. O Estado de São Paulo
concentrou 30% dos casos.
Além das mortes, os raios causam anualmente prejuízos estimados R$ 1 bilhão, sendo R$
600 milhões no setor elétrico.
Neste ano, das cinco mortes
registradas, uma foi no Estado
de São Paulo, uma no Rio Grande do Sul, uma no Pará e duas
em Santa Catarina.
Segundo Pinto Júnior, o número de mortes só não é maior
porque a população está mais
consciente sobre a prevenção.
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