São Paulo, sábado, 19 de janeiro de 2008

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Ocorrência de raios no Sudeste cresce 51%

Comparação é entre a 1ª quinzena de janeiro de 2007 e o mesmo o período de 2008; 5 pessoas morreram

CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL

A região Sudeste registrou na primeira quinzena de janeiro um aumento de 51% no número de raios em relação ao mesmo período de 2007, segundo levantamento do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Do início deste ano até ontem, cinco pessoas haviam morrido no país por raios.
O aumento ocorre em razão do fenômeno "La Ninã", que altera a circulação de ar e a chegada das frentes frias. Em termos gerais, os raios acontecem neste período por causa de um choque entre as frentes frias que vêm do Sul e o ar quente presente no Sudeste, associado a chuvas não-contínuas.
"Se chove muito, sem parar, não tem muito raio porque a atmosfera fica fria", explica o pesquisador Osmar Pinto Júnior, coordenador do Elat (Grupo de Eletricidade Atmosférica), do Inpe, em São José dos Campos.
Nos primeiros 15 dias de 2008 foram 159.925 raios, contra 105.864 raios em 2007. O Inpe prevê que a incidência de raios continue acima da média durante todo verão.
Segundo Pinto Júnior, o aumento de raios confirma a previsão feita no início do mês pelo instituto. Foi a primeira vez que o Inpe fez a previsão da incidência de raios, da mesma forma que o faz há 20 anos com o tempo. A previsão foi baseada no histórico das descargas elétricas da última década.
Pinto Júnior diz que não é possível ter o mesmo nível de confiabilidade para as previsões de raios em outras regiões do país. "Sobre as regiões Sul e Centro-Oeste temos dados apenas dos últimos três anos. Em relação às regiões Norte e Nordeste, nós sequer temos dados. É impossível fazer uma previsão", afirma.

Mortes
No ano passado, 46 pessoas morreram vítimas de raios no país. O Estado de São Paulo concentrou 30% dos casos. Além das mortes, os raios causam anualmente prejuízos estimados R$ 1 bilhão, sendo R$ 600 milhões no setor elétrico.
Neste ano, das cinco mortes registradas, uma foi no Estado de São Paulo, uma no Rio Grande do Sul, uma no Pará e duas em Santa Catarina.
Segundo Pinto Júnior, o número de mortes só não é maior porque a população está mais consciente sobre a prevenção.


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