São Paulo, sábado, 19 de janeiro de 2008

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Almir da Cunha e a febre rara e amarela

WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Nunca passou pela cabeça de Almir Rodrigues da Cunha que alguém pudesse morrer assim, de repente, de algo tão raro. Mesmo viajando sempre para áreas de risco, nunca tomou vacina contra a febre amarela.
Cunha nasceu em Aloândia (GO), cidade pequena onde casou e, desde jovem, trabalhou nos guichês dos Correios. Até que virou bancário, profissão que o obrigou a ir para Maringá (PR), há cerca de oito anos.
Não que ele quisesse, mas era gerente e não podia discutir. Demitido, passou ainda por outros bancos. Mas o que tinha dado certo era o mercado de créditos; não como funcionário, mas como sócio em uma "factoring".
Casado e com duas filhas, levava uma vida tranqüila, com direito a visitas constantes à mãe e à avó, em Caldas Novas (GO). Em 2007, passou Natal e Ano Novo com a família e voltou a Maringá no dia 1º. Cinco dias depois foi internado na UTI.
Apesar da febre de 39 ºC, acreditava em uma virose simples. Tampouco o diagnóstico médico apontara o motivo certo. Mas quem viu sua agonia diz que "foi uma segunda-feira horrorosa", com Cunha lutando contra a paralisia que o impedia de andar ou segurar um copo.
Morreu no dia 9, por falência múltipla dos órgãos, aos 47. Dias depois a confirmação da causa: febre amarela.


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