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Fiéis hostilizam jornalistas em local de acidente; bispo se desculpa por agressões
DA REPORTAGEM LOCAL
O clima nas ruas próximas ao
local do acidente e nos hospitais onde os feridos foram atendidos era de hostilidade aos jornalistas. Alguns profissionais
foram agredidos e receberam
ameaças. A polícia e os bombeiros tiveram de interceder para
acalmar os ânimos.
Um dos fiéis tentou retirar à
força a câmera do fotógrafo
Guilherme Lara Campos, do
jornal "Agora", mas acabou impedido pela polícia.
Em frente ao prédio da igreja,
na avenida Lins de Vasconcelos, onde o telhado desabou,
um grupo com cerca de 30
evangélicos organizava cordões
humanos e avançava sobre os
jornalistas, afastando-os do local. Houve tumulto e os bombeiros tiveram de intervir.
No pronto-socorro do hospital Vergueiro, na região central
de São Paulo, onde as vítimas
recebiam atendimento, a repórter da Folha foi questionada se era evangélica após pedir
informações a uma mulher que
havia estado no local da tragédia. Ao ouvir que não, a mulher
disse, aos gritos: "Entregue seu
coração a Deus, isso é tudo que
eu tenho a te dizer", virando as
costas logo depois.
Um rapaz, também na porta
do hospital, abraçava os familiares dos feridos e os afastava
dos jornalistas. "Ela é jornalista, ela é jornalista, não deem
atenção", dizia, referindo-se a
repórter da Folha. A irmã de
uma menina que teve a mão
enfaixada pediu à vítima que
não falasse com os repórteres.
Nos hospitais, os parentes se
concentravam nas salas de espera para evitar entrevistas.
O bispo Geraldo Tenuta Filho se desculpou com os jornalistas, afirmou não saber quem
são os autores das agressões e
pediu compreensão aos profissionais, pois o acidente havia
deixado os fiéis nervosos.
(MARIANA BARROS, RICARDO SANGIOVANNI e VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO)
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