São Paulo, segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

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Amigos de jovem morto em cruzeiro criticam serviço médico

Rapazes que viajavam com jovem que morreu em navio da CVC dizem que atendimento da equipe que estava a bordo foi lento e que médico queria cobrar

DO "AGORA"
DA REPORTAGEM LOCAL

Amigos e o pai do empresário Diego Mendes Oliveira, 26, morto durante um cruzeiro pelo litoral do país na sexta-feira, acusam a equipe médica a bordo do navio de negligência no atendimento ao rapaz. A CVC, operadora do cruzeiro, nega.
Ontem, os dois amigos que acompanhavam Oliveira na viagem disseram, durante o enterro do jovem em Santo André (Grande SP), que o atendimento foi lento e que a tripulação do navio queria cobrar para atender o rapaz enquanto ele passava mal. O pai dele reclamou ainda da aparelhagem do ambulatório da embarcação.
Os amigos -o publicitário Denis Tuono, 27, e o representante comercial Bruno Agresti, 24-, disseram que havia uma tabela na porta do ambulatório do navio Soberano com valores entre US$ 60 e US$ 70 (cerca de R$ 160). Segundo eles, a cobrança ocorreu durante o segundo atendimento médico, na madrugada de quinta para sexta. "Batemos o pé e dissemos que não pagaríamos. Então eles concordaram", disse Agresti.
Oliveira morreu na madrugada de sexta-feira, após ter se sentido indisposto no final da tarde de quinta -a principal suspeita é que ele tenha passado mal após comer ostras na parada do navio em Salvador.
A assessoria da CVC disse ontem que a cobrança "pode ter acontecido no primeiro momento", logo que o atendimento foi solicitado e o médico ainda não sabia do que se tratava, mas que não foi efetuada.
Anteontem, o delegado da Polícia Federal Moysés Eduardo Ferreira disse, após ouvir o irmão e os amigos do empresário, que não há indícios de negligência médica.
Os amigos, porém, questionam o atendimento. Dizem que Oliveira foi atendido três vezes na cabine que ocupava, e que apenas na quarta vez que o médico foi chamado é que o rapaz foi levado ao ambulatório.
Os amigos disseram que Oliveira estava delirando, com manchas pretas pelo corpo, gelado, com febre e dores no estômago. "Mas eles queriam que ele fosse andando até a enfermaria", disse Tuono.
O pai de Oliveira, Valdir de Oliveira, 58, reclamou do médico, que seria colombiano. Disse que, por não falar português, o profissional não entendia seu filho. "Eu vi as instalações médicas", afirmou o pai. "Só tinha desfibrilador."
A CVC não informou a composição da equipe médica do navio, que tinha 2.300 passageiros a bordo, nem deu detalhes sobre os equipamentos e medicamentos disponíveis no ambulatório da embarcação.


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