São Paulo, terça-feira, 19 de janeiro de 2010

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Trem andou 5 km sem condutor, dizem usuários

Em alta velocidade, composição só parou após concessionária cortar a energia da linha; houve pânico dentro dos vagões

DIANA BRITO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA ONLINE, NO RIO

Sem maquinista, um trem da Supervia que seguia de Japeri (a 63 km do Rio) em direção à Central do Brasil, centro da capital, disparou em alta velocidade, passou por estações sem parar e só foi contido após a empresa cortar a energia, de acordo com o relato de passageiros e sindicalistas. Houve pânico dentro dos vagões.
O trem circulou por mais de 5 km entre as estações de Ricardo de Albuquerque e Oswaldo Cruz, na zona norte do Rio. O sindicato dos condutores disse que o maquinista estava fora da cabine. Segundo passageiros e o sindicato, o maquinista desceu na estação de Ricardo de Albuquerque para verificar um defeito elétrico e, em seguida, o trem se movimentou sozinho.
Passageiros disseram que o trem que apresentou problemas não parou na estação de Deodoro porque estava sem condutor. Algumas pessoas gritaram na janela de um vagão que não havia maquinista.
O presidente do Sindicato dos Ferroviários, Valdir de Lemos, disse que o trem circulou em velocidade superior a 70 km/h. Ele disse ainda que vai pedir ao Crea (Conselho Regional de Engenharia) para investigar o motivo do incidente.
"Eu falei com o maquinista no início da manhã, por volta das 7h15, e ele afirmou que saiu da cabine na estação Ricardo de Albuquerque para verificar um problema elétrico do transporte. Logo depois, o trem partiu sozinho. Ou o trem perdeu o ar do freio, ou disparou sozinho ou alguém mexeu na cabine."
A concessionária SuperVia afirmou não haver possibilidade de o trem partir sem condutor devido a uma alavanca que deve ser acionada, mas admitiu ter cortado a energia da linha férrea para conter o trem.
"Este problema, que está sob apuração, também afetou alguns equipamentos da via férrea, provocando atrasos de 30 a 40 minutos na circulação", afirmou em nota a concessionária.
Segundo a concessionária, algumas pessoas ficaram levemente feridas por causa de tumultos. O reparo ocorreu cerca de duas horas depois, e a circulação de trens foi normalizada.
A Agetransp (agência reguladora de transportes no Estado) deu 24 h para a Supervia enviar relatório sobre o acidente. A agência vai apurar o caso.


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