São Paulo, quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

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Número de mortos na tragédia ainda é incerto

GABRIELA CANSECO
DO RIO

Uma semana após a tragédia na região serrana do Rio ainda não há números precisos sobre vítimas e atingidos pelas chuvas. A Defesa Civil estadual registrava, até as 22h de ontem, 710 mortos.
Mas o número pode ser maior. Presidente da Emop (Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio), Icaro Moreno disse ontem que corpos podem não ser localizados.
As equipes de socorro afirmam que muitos lugares ainda são de difícil acesso. Para agravar a situação, ontem à tarde choveu forte na região, por uma hora. Em Teresópolis, os voos dos helicópteros do Exército foram suspensos.
Em Sumidouro, mais de 1.000 casas estão isoladas. Em São José do Rio Preto, as localidades de Poço Fundo e Bela Riba ainda não receberam resgate. Também sem acesso estão os bairros de Campo do Coelho e Córrego Dantas, em Nova Friburgo.
Em Santa Rita, região de sítios em Teresópolis, moradores estão enterrando parentes e amigos no quintal. Lá só é possível chegar de helicóptero ou via trilhas pela mata. Outros cinco pontos da cidade estão inacessíveis.
Mesmo quando os cadáveres chegam ao IML, há dificuldades na identificação.
A Polícia Civil enviou para a região reforço com 20 peritos e papiloscopistas, mas o processo em alguns casos é demorado devido ao estado de decomposição dos corpos.
Após sete dias, familiares ainda continuam em busca de notícias sobre desaparecidos. Peregrinam entre IML, polícias e órgãos municipais.
Das cidades atingidas, só Teresópolis fez estimativa de desaparecidos: 184. Em Petrópolis, o Ministério Público está reunindo dados sobre desaparecidos. Em Nova Friburgo, a prefeitura pôs o telefone 0800-0221011 à disposição para obter informações.
O número de desalojados e desabrigados também é impreciso. A Defesa Civil estadual soma mais 10 mil. Mas segundo as prefeituras são mais de 20 mil. Estão sendo cadastradas pessoas que chegam a abrigos improvisados ou à casa de parentes.
Algumas áreas, porém, não fazem uma diferenciação entre desalojados (momentaneamente impedidos de voltar para casa) e desabrigados (quem as perdeu).


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