São Paulo, quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

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OPINIÃO

Ao centralizar seleção dos alunos, Estado inibe inovação

PEDRO FLEXA RIBEIRO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Mais uma vez, as notícias sobre o Sisu giram em torno de tropeços operacionais. O desconforto e a intranquilidade dos candidatos são grandes. Mas caberia uma reflexão mais ampla acerca desse sistema de seleção.
Durante anos, sempre foi prerrogativa das universidades o controle dos critérios e dos processos para o ingresso de seus alunos. Cada uma, a seu modo, sempre foi capaz de mobilizar seus próprios recursos para isso, sem maiores comoções.
Ao aderir ao Sisu, as universidades, em grande parte, renunciaram a esse controle.
Incorporado ao sistema, o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) foi transformado em um gigantesco vestibular de Estado, que agora gerencia diretamente os critérios para acesso às universidades públicas.
Do ponto de vista da educação básica, a mudança pouco sentido faz. A imposição de um único exame a todos os concluintes do ensino médio induz as escolas a uma perspectiva padronizadora, inibindo inovações. A médio prazo, a tendência é uniformizante e empobrecedora para o ensino.
É nessa perspectiva que devem se dar os questionamentos em torno do Sisu. Afinal, quanto mais variado for o cenário na educação básica, mais ricas as possibilidades para todas os alunos.

PEDRO FLEXA RIBEIRO é educador e diretor do Colégio Andrews no Rio


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