São Paulo, quarta-feira, 19 de janeiro de 2011 |
Texto Anterior | Índice | Comunicar Erros
CLÁUDIO CERQUEIRA BASTOS (1919-2011) Claudão, uma lenda em Itaperuna ESTÊVÃO BERTONI DE SÃO PAULO Em Itaperuna (RJ), à beira de uma ponte, há um Claudão que permanentemente acena ao povo. Trata-se da estátua de Cláudio Cerqueira Bastos, que foi prefeito da cidade até o último domingo. Itaperunense de nascença, Claudão começou num armazém de secos e molhados sem nunca deixar de perseguir um sonho: ser funcionário do Banco do Brasil. Quando conseguiu, foi transferido para cidades de SP e PR, mas conseguiu voltar a sua terra, onde tinha noiva. Foram 35 anos dedicados ao banco, do qual nunca se afastou, pois vendia as férias. Quando ainda nem pensava em ser político, fez campanha para a construção de um Cristo Redentor na cidade. Enviou cartas para o Brasil inteiro pedindo doações. Segundo a família, a imagem só é menor do que a do Rio. Fundou ainda a primeira banda de Itaperuna, criou um clube e presidiu o time de futebol da cidade. Após se aposentar, virou político. Foram três mandatos, nos anos 80, 90, e em 2009, pelo PSDB. Claudão foi um político simples, do povo, conta a filha Claudete. Até o fim da vida, teve um Corcel 1976. Desiludido com antigos aliados, teve inimigos. Segundo a filha, o pai recebia ameaças de morte e viu protestos em frente de casa, com gritos de "Fora, Claudão". A estátua com o aceno, a oposição dizia que era autopromoção. Segundo a família, ela foi doada pelo povo. Já transformado em lenda na cidade, ele morreu no domingo, aos 91, de pneumonia. Deixa viúva, três filhos, sete netos e um bisneto. Quem assumiu a prefeitura foi o vice, Fernando Paulada. coluna.obituario@uol.com.br Texto Anterior: Mortes Índice | Comunicar Erros |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |