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EDUCAÇÃO
Projeto pretende garantir vagas em cursinhos para jovens desempregados com renda familiar de até R$ 1.000
Prefeitura dará bolsas para vestibulandos
ARMANDO PEREIRA FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Cursinho pré-vestibular grátis
para jovens carentes da cidade de
São Paulo. Esse é o projeto que a
Secretaria Municipal do Trabalho
vai anunciar amanhã, em parceria
com a Unesco (órgão da Organização das Nações Unidas).
A idéia é beneficiar estudantes
de 16 a 29 anos, desempregados,
com renda familiar de até R$ 1.000
e que morem em São Paulo.
As aulas só devem começar no
fim de março, com um alcance limitado. No início, um projeto-piloto vai atender 2.000 inscritos.
A meta é atingir 10 mil alunos
até o fim do ano. Segundo a secretaria, São Paulo tem 920 mil jovens no perfil do programa.
"Queremos beneficiar um público que completou o ensino médio e precisa de ajuda para concorrer a uma universidade pública ou a uma particular de qualidade", diz Dulce Helena Cazzuni,
coordenadora do programa Bolsa
Trabalho.
A prefeitura quer aproveitar as
vagas ociosas em fins de semana e
no período da tarde.
O projeto será aberto para cursinhos comunitários (com professores voluntários, como o Educafro), alternativos (com professores pagos, mas com proposta educacional mais ampla, como o da
Politécnica da USP) e comerciais
(como o Objetivo e o Anglo).
O curso vai sair de graça para os
alunos selecionados. Os estudantes não recebem dinheiro nenhum. A prefeitura vai pagar diretamente para as entidades.
Cazzuni afirma que serão negociados descontos de até 65% em
relação ao preço normal.
A secretaria avalia que o custo
médio por aluno será de R$ 53 por
mês. Se forem atendidos 10 mil
alunos, o custo anual chega a R$
6,36 milhões.
As mensalidades dos cursinhos
comunitários vão de R$ 10 a R$
30. Nos alternativos, variam de R$
110 a R$ 200, enquanto nos comerciais cobra-se de R$ 260 a R$
900 (a variação é grande porque
depende da área -exatas, humanas ou biológicas- e do período
-manhã, tarde ou noite).
Segundo a secretaria, o dinheiro
para o projeto virá da Unesco.
Cazzuni diz que já há negociações com 13 cursinhos -11 alternativos e dois comerciais.
As inscrições vão começar amanhã e serão feitas pela internet,
num site que a secretaria ainda
não divulgou.
O critério de desempate para seleção deverá ser a renda. Quem
ganhar menos fica com a vaga.
Frei David Santos, do cursinho
comunitário Educafro, dirigido
por franciscanos, elogia a iniciativa. "Espero que outras prefeituras
façam o mesmo."
Apesar do apoio, a Educafro
ainda não decidiu se vai aderir ao
projeto da prefeitura. "Estamos
avaliando", diz Santos.
Barbara Hilsenbeck, coordenadora do Neurônio Vestibulares,
da ONG Clube de Mães, que tem
vagas ociosas à tarde, avalia que o
projeto será "fundamental", mas
ainda não falou com a prefeitura.
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