São Paulo, terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

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Presos em Higienópolis PM e ex-segurança de Alckmin

Suspeita é que os dois pretendiam seqüestrar ou assassinar um publicitário

Ex-sargento fez a segurança da família de Alckmin e o policial da ativa atua na corregedoria; prisão ocorreu no sábado, na rua Piauí

ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL

Investigados pela Corregedoria da Polícia Militar sob suspeita de montar uma tocaia para seqüestrar ou assassinar um publicitário morador de um prédio de alto padrão de Higienópolis (região central de São Paulo), um ex-PM e um policial da própria corregedoria da corporação foram detidos às 18h de sábado, em frente a um prédio da rua Piauí, uma das mais movimentadas do bairro.
Por envolver nomes de publicitários ligados às campanhas de vários políticos, a prisão dos dois PMs, por ordem do alto escalão da Secretaria da Segurança, passou a ser investigada pela corregedoria da PM com o mesmo empenho com que é desenvolvida a apuração para tentar descobrir quem são os matadores do coronel José Hermínio Rodrigues, em janeiro.
O ex-sargento da PM preso sábado em Higienópolis, Edney Garbim, integrou a equipe de segurança do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB). Ele é reformado pela PM e, quando na ativa, fez a segurança da família de Alckmin.
O outro PM detido, Vanderlei de Oliveira, para surpresa dos policiais da corregedoria da PM paulista que atuam no caso, trabalha justamente no órgão corregedor e também deveria atuar na apuração do assassinato do coronel Rodrigues.
Garbim não quis comentar a prisão. A reportagem não conseguiu contato com Oliveira. Os dois foram liberados.
O publicitário que chamou a polícia no sábado, depois de desconfiar da "movimentação suspeita" dos PMs na porta do prédio onde vive, acredita que eles estavam ali para cometer um atentado contra ele, a mando de outro publicitário. Os dois têm divergências por causa de honorários de uma campanha publicitária feita para um político há alguns anos.
No carro Santana onde os PMs presos estavam foram encontradas pistolas automáticas. Uma das armas tinha a documentação vencida.
Quando foram abordados por PMs da Força Tática da área central de São Paulo, os dois PMs disseram que estavam na frente do prédio porque faziam a segurança de uma empresária moradora do bairro.
Até agora, a versão deles não foi confirmada pela corregedoria que, entre outras coisas, tem como atribuição coibir que os PMs façam segurança privada.
Dentro da corregedoria da PM, o caso é tratado como investigação de "crime de pistolagem". O caso também será apurado pelo 4º DP (Consolação).


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