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Sem carteira, aluno senta no chão em escola de SP
Prédio novo também continha sobras de material de construção e goteiras
No primeiro dia de aula, escola reduziu tempo de permanência dos estudantes -foram apenas duas horas para cada turma
VINÍCIUS DOMINICHELLI
DO "AGORA"
Parte dos alunos da Escola
Estadual Presidente Café Filho, no Campo Limpo (zona
sul), voltaram ontem às aulas
em um prédio novo, mas sem
itens básicos para estudar. No
primeiro dia de aula, eles tiveram de sentar no chão - em cima de pedaços de papelões-,
pois ainda não havia carteiras.
Além desse problema, a escola reduziu o tempo do aluno na
escola. Ontem, foram apenas
duas horas de aula para cada
turma. Isso aconteceu não apenas para os alunos do prédio
novo, mas para todos os estudantes da unidade escolar.
Os alunos reclamaram que a
nova construção estava com
resto de material de construção
e goteiras. Os professores sofreram com a falta de armários.
Uma das professoras, que pediu anonimato, disse que já
tentou tomar providências.
"Liguei para o Conselho Tutelar, mas disseram que aceitam
esse tipo de denúncia só pessoalmente. Um aluno não pode
ser tratado como lixo e ser colocado no chão."
Em obras
Dentro do novo prédio, os barulhos da obra, que ainda não
foi concluída pelo Estado, continuavam mesmo com as aulas
em andamento. Nos corredores
havia muito pó e a sujeira.
Um pai de aluno, de 52 anos,
disse que pretende tirar seu filho da escola o mais rápido possível. "Onde já se viu começar
aula sem carteira para as crianças sentarem?", afirmou o homem, que também pediu que
seu nome não fosse divulgado.
Do lado de fora do colégio,
uma placa do governo do Estado informa que foram gastos
mais de R$ 4 milhões com o
prédio novo e outros R$ 3 milhões com reformas.
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