ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Numa região montanhosa da Eslovênia, próxima à divisa entre Itália e Áustria, nasceu Frederico Hlebanja, garoto que, durante a Segunda Guerra, viu a família inteira de camponeses ser presa.
Por sorte, nada de pior lhes aconteceu -foram soltos assim que o conflito terminou.
Frederico, crescido numa propriedade que a família tem há mais de 500 anos, segundo o filho Mirko, aprendeu desde cedo a mexer com a terra. Mas, profissionalmente, seguiu outro rumo.
Com um irmão já morando no Brasil, ele decidiu vir para cá em 1963. E ficou.
O irmão, Janez, começou com uma pequena metalúrgica em Moema, na zona sul de SP, chamada Metal Yanes.
A empresa cresceu, prosperou e depois foi vendida.
Em 1985, Frederico decidiu abrir o próprio negócio: a Drava Metais, que hoje produz válvulas para botijões de gás e fornece materiais para a indústria automobilística.
Dedicou-se até o fim da vida à empresa, e preparou o filho desde pequeno para sucedê-lo. Como conta Mirko, o pai era apaixonado pelo campo e por criação de gado e teve forte atuação na colônia eslovena no Brasil.
Há cerca de dez anos, descobriu um câncer de intestino, que conseguiu superar.
No sábado, ele morreu aos 72, após se acidentar com um trator em seu sítio. Deixa viúva, dois filhos e dois netos. A missa de sétimo dia será realizada hoje, às 12h, na paróquia do Santíssimo Sacramento, no Paraíso, em SP.

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