São Paulo, domingo, 19 de março de 2006

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PATRIMÔNIO

Peça de igreja em Ouro Preto (MG) foi atingida por caminhões

"Atropelado" duas vezes, chafariz passa por nova obra

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

A cidade histórica de Ouro Preto (MG) está mais uma vez às voltas com a recuperação do chafariz da igreja de Nossa Senhora do Pilar, "atropelado" duas vezes por caminhões, em 2002 e 2003.
O problema agora, diz a prefeitura, não é por causa do trânsito ou pelo Carnaval -é "natural". Isso porque ocorreu um defeito no reforço das peças que compõem a parte decorativa do chafariz, construído entre 1733 e 1740.
Vittório Lanari Júnior, secretário de Turismo de Ouro Preto (a 98 km de Belo Horizonte), disse que há um mês técnicos da UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto) atenderam a uma solicitação da prefeitura e reforçaram um dos pinos que sustentam a parte de cima do chafariz, que apresentava fissuras. O restauro da peça foi feito com a colocação de aço no interior do pino, mas os problemas continuaram.
"A peça que havia sido restaurada abriu novamente. No dia 23 [passado] essa peça foi retirada e foi constatado que o problema está na base [da parte decorativa], que precisa de reforço. No dia 24, retiramos o outro pino para evitar problemas", disse Lanari Júnior.
O secretário afirmou que o problema atual não tem relação com colisão de veículos ou atos de vandalismo durante o Carnaval.
Durante o último Carnaval, para evitar riscos ao patrimônio histórico, a prefeitura proibiu blocos com mais de 2.000 integrantes desfilando pelas ladeiras e criou um espaço para shows fora do centro histórico, o que retirou cerca de 10 mil foliões da área.

Acidentes
O Chafariz do Pilar, como é conhecido, passou por restauração na década de 60, quando foi descoberto soterrado pela terra.
Em novembro de 2002, um caminhão carregado de cerveja perdeu o freio na rua íngreme e destruiu o chafariz -apenas a bacia de baixo ficou intacta. Os fragmentos foram numerados e fotografados, para que o monumento fosse reconstruído.
O acidente gerou um debate sobre o tráfego de caminhões e de ônibus no centro da cidade.
Em agosto de 2003, dois meses depois da reconstrução da peça, outro caminhão, carregado de roupas e tecidos, descia a rua quando bateu no chafariz, destruindo parte dele -uma das três torres do monumento caiu e parte da cobertura de quartzito também foi danificada.
Antes de bater, o motorista chegou a entrar em uma curva, mas a carroceria do veículo se chocou lateralmente contra a porção superior do chafariz.


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