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PATRIMÔNIO
Peça de igreja em Ouro Preto (MG) foi atingida por caminhões
"Atropelado" duas vezes, chafariz passa por nova obra
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
A cidade histórica de Ouro Preto (MG) está mais uma vez às voltas com a recuperação do chafariz
da igreja de Nossa Senhora do Pilar, "atropelado" duas vezes por
caminhões, em 2002 e 2003.
O problema agora, diz a prefeitura, não é por causa do trânsito
ou pelo Carnaval -é "natural".
Isso porque ocorreu um defeito
no reforço das peças que compõem a parte decorativa do chafariz, construído entre 1733 e 1740.
Vittório Lanari Júnior, secretário de Turismo de Ouro Preto (a
98 km de Belo Horizonte), disse
que há um mês técnicos da UFOP
(Universidade Federal de Ouro
Preto) atenderam a uma solicitação da prefeitura e reforçaram um
dos pinos que sustentam a parte
de cima do chafariz, que apresentava fissuras. O restauro da peça
foi feito com a colocação de aço
no interior do pino, mas os problemas continuaram.
"A peça que havia sido restaurada abriu novamente. No dia 23
[passado] essa peça foi retirada e
foi constatado que o problema está na base [da parte decorativa],
que precisa de reforço. No dia 24,
retiramos o outro pino para evitar
problemas", disse Lanari Júnior.
O secretário afirmou que o problema atual não tem relação com
colisão de veículos ou atos de vandalismo durante o Carnaval.
Durante o último Carnaval, para evitar riscos ao patrimônio histórico, a prefeitura proibiu blocos
com mais de 2.000 integrantes
desfilando pelas ladeiras e criou
um espaço para shows fora do
centro histórico, o que retirou
cerca de 10 mil foliões da área.
Acidentes
O Chafariz do Pilar, como é conhecido, passou por restauração
na década de 60, quando foi descoberto soterrado pela terra.
Em novembro de 2002, um caminhão carregado de cerveja perdeu o freio na rua íngreme e destruiu o chafariz -apenas a bacia
de baixo ficou intacta. Os fragmentos foram numerados e fotografados, para que o monumento
fosse reconstruído.
O acidente gerou um debate sobre o tráfego de caminhões e de
ônibus no centro da cidade.
Em agosto de 2003, dois meses
depois da reconstrução da peça,
outro caminhão, carregado de
roupas e tecidos, descia a rua
quando bateu no chafariz, destruindo parte dele -uma das três
torres do monumento caiu e parte da cobertura de quartzito também foi danificada.
Antes de bater, o motorista chegou a entrar em uma curva, mas a
carroceria do veículo se chocou
lateralmente contra a porção superior do chafariz.
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