|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Ferreira Pinto ajudou a minar antecessor junto ao governador
DA REPORTAGEM LOCAL
O novo secretário da Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, foi quem alimentou o
governador José Serra (PSDB)
com informações sobre o ex-secretário-adjunto, o advogado
Lauro Malheiros Neto, acusado
de cobrar até R$ 300 mil de delegados para que assumissem
cargos de prestígio. Malheiros
Neto nega a acusação.
As imagens em que um advogado diz que a corrupção chegara ao segundo homem na hierarquia da Segurança foram levadas a Serra por Ferreira Pinto, segundo tucanos ouvidos
sob a condição de que seus nomes não fossem revelados.
Amigo de Ronaldo Marzagão
desde 1967, Ferreira Pinto
sempre poderá dizer que nada
mais fez do que apontar uma
suspeita de corrupção. Mas, ao
levar o caso para o governador,
ele ajudou a minar Marzagão,
segundo avaliação de tucanos
próximos de Serra.
Ele também ajudou a Promotoria a achar provas contra Malheiros Neto, como a Folha
apurou. Foi ele que deu um endereço para uma operação de
busca e apreensão.
Seu trabalho teve êxito porque Marzagão tinha um passivo de equívocos nada desprezível, segundo avaliação do círculo de Serra. Para esse grupo, ele
caiu porque não conseguiu dar
respostas em três frentes:
1. As acusações de corrupção
envolvendo as polícias Civil e
Militar;
2. A incapacidade de controlar a Polícia Civil e fazer com
que ela trabalhasse em seu projeto. Por ser ex-PM, Marzagão
era visto como um inimigo pela
Polícia Civil e não conseguiu se
livrar desse estigma;
3. Apesar de resultados positivos como a queda de homicídios e de sequestros, a polícia
mostrou-se desastrosa em episódios de massa, como o do caso Eloá e do furto de armas
num centro de treinamento.
O descontrole da polícia é
apontado por tucanos como o
ponto mais frágil da gestão de
Marzagão e um dos complicadores para uma eventual campanha presidencial de Serra.
A pergunta que os aliados de
Serra fazem é: como um governador que tem um secretário
da Segurança que não controla
a polícia pode ambicionar a
Presidência da República?
(MARIO CESAR CARVALHO e JOSÉ ALBER TO BOMBIG)
Texto Anterior: Secretário "linha-dura" assume a segurança Próximo Texto: Rebeliões caíram na gestão Ferreira Pinto Índice
|