São Paulo, sábado, 19 de março de 2011

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Aluna inventa bandido para fazer ameaça a duas colegas

Menina de 12 anos disse ser amiga de membro de uma facção criminosa

Estudante de Campinas dizia que o criminoso Moranguinho iria matar pais de duas colegas de classe de 11 anos

MARÍLIA ROCHA
DE SÃO PAULO

Uma estudante de 12 anos de uma escola em Campinas inventou que era amiga de um suposto membro do PCC (Primeiro Comando da Capital) chamado Moranguinho para ameaçar duas colegas.
O objetivo da aluna era ficar com celulares, dinheiro e roupas íntimas das outras garotas. Ela dizia às colegas que o bandido mataria seus pais se elas não lhe dessem o que queria, segundo a investigação da Polícia Civil.
A situação se repetiu ao menos duas vezes na escola estadual em que elas estudam, na periferia da cidade.
De acordo com o delegado Carlos Simionato de Oliveira, responsável pela investigação do caso na Delegacia da Infância e Juventude de Campinas, a farsa começou a ser revelada quando a mãe de uma das vítimas comunicou o caso à diretoria da escola na quarta-feira.
A Polícia Militar foi então chamada ao local para checar o caso de ameaça.
Na mochila da aluna que fez a ameaça, foi encontrado o celular de uma das vítimas.
A garota confessou, então, que havia inventado tudo.
Segundo a estudante, ela mentiu sobre a relação de amizade com o suposto membro da facção criminosa e começou a ameaçar as duas meninas porque sentia inveja das colegas de escola.

MEDO
Lourival Pereira da Silva, pai de uma das vítimas da garota, diz que compreende o medo sentido pela filha.
"Se muito adulto cai em golpe de telefone, o que uma criança de 11 anos não sente?", disse o pai.
Ele não culpa, entretanto, a outra menina que se dizia amiga do suposto criminoso. "No início pensamos que era algo maquiavélico, mas depois vi que a menina precisa de orientação", afirma.
Além de pegar um sutiã, quatro calcinhas e dois celulares, a estudante chegou a pedir R$ 50 às outras.
A polícia, no entanto, ainda não sabe se o dinheiro chegou a ser entregue.
De acordo com o delegado, será expedida uma ordem para tentar verificar a existência de Moranguinho.
Uma ocorrência deverá agora ser encaminhada para a Vara da Infância e Juventude, que decidirá se cabe uma ação socioeducativa.
Após acompanhar o registro da ocorrência, a garota foi entregue à mãe. Na segunda-feira, ela deve voltar às aulas.


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