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DESABAMENTO 2
Deputado diz que paga se não houver bloqueio de bens
Naya promete pagar aluguel de até R$ 1.500 a moradores
da Sucursal de Brasília
O deputado Sérgio Naya anunciou ontem que vai pagar R$ 1.500
aos moradores do Palace 2 que tinham apartamentos de quatro
quartos para poderem alugar um
imóvel enquanto a Justiça não decide em definitivo o valor das indenizações.
Para os moradores proprietários
de apartamentos de dois quartos,
ele disse que a sua empresa, a Sersan, pagaria um aluguel mensal de
R$ 1.200. Durante o depoimento
na Câmara, Naya prometeu começar a pagar esses valores para aluguel de um novo imóvel dentro de
30 dias, se a Justiça suspender o
bloqueio de suas contas e bens.
Naya pretende indenizar os prejuízos relativos às parcelas dos
apartamentos pagas pelos compradores, aos bens perdidos com a
implosão do prédio e aos "prejuízos morais". "Serei o primeiro a
pagar indenização por tragédia
antes da decisão da Justiça", disse.
Ele reclamou que a Justiça nunca
bloqueou os bens dos donos de
empresas responsáveis pelo desabamento de prédios em São Paulo,
no Rio e em Belém, e pelo acidente
de avião que matou em 96 cerca de
cem pessoas em São Paulo.
Para Naya, foi o enchimento da
caixa d'água do Palace 2 que provocou a implosão "desnecessária" do prédio. Sem citar a Defesa
Civil do Rio, responsável pelo isolamento do edifício, Naya disse
que o enchimento da caixa teria sido proposital, para evitar o reparo
das supostas falhas de cálculo estrutural em dois pilares.
Segundo Naya, a caixa d'água teria sido enchida para prejudicar o
pedido que a construtora havia
ajuizado na Justiça com a finalidade de sustar a implosão do prédio.
"Isso não existiu. É um absurdo", disse o coordenador técnico
da Defesa Civil do Rio, Eronildes
Melo. Naya disse que as falhas nos
dois pilares do prédio iriam ser solucionadas, se não houvesse o enchimento da caixa, o que teria
provocado novo desabamento e
contribuído para a Justiça determinar a implosão, segundo Naya.
Reparos já foram feitos, disse
Naya, nos pilares no Palace 1, que
estaria com os mesmos problemas
de cálculo estrutural apontados
por Naya em relação ao Palace 2.
Ele apresentou estudos que
apontam as falhas do cálculo estrutural feito pelo engenheiro José
Roberto Chendes. Chendes negou
que houvesse falhas em depoimento. O dono da construtora
Sersan disse que análises feitas nos
restos do edifício demolido não
apontaram falhas na composição
do concreto usado no Palace 2.
(ABNOR GONDIM)
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