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Medicina da Santa Casa suspende
aula para proibir trote em calouro
da Reportagem Local
Após três dias de aulas suspensas, a direção da Faculdade de Medicina da Santa Casa e os diretores
do centro acadêmico decidiram
em reunião ontem de manhã acabar com o trote na faculdade.
As aulas para os calouros haviam sido iniciadas no dia 1º de
março e foram suspensas para todos os 600 alunos da faculdade na
última segunda-feira. O reinício
será hoje.
"O trote existe em todas as faculdades do país, mas a Santa Casa
não pode concordar com isso",
disse o professor Décio Altimari,
secretário-geral da faculdade.
Segundo ele, um dos motivos
para a necessidade de acabar com
a prática na Santa Casa é que a faculdade fica dentro de um hospital. "Os pacientes não merecem
ver veteranos correndo atrás de
calouros pelos corredores", afirmou Altimari.
De acordo com o professor, as
aulas foram suspensas para que os
alunos refletissem sobre o assunto
e apresentassem um compromisso de transformar o trote numa espécie de "recepção dos calouros".
"Os alunos, a partir de agora, deverão impedir que ocorram abusos, agressões e vandalismo com
os calouros", disse.
Altimari afirma que as atitudes
de abuso e violência são, por
exemplo, raspar o cabelo dos calouros ou obrigá-los a fazer "pedágio" na rua. O presidente do CA da
faculdade, Rodrigo Ramos, 21,
afirma que agressões físicas nunca
ocorreram. Segundo ele, a diretoria do CA sempre defendeu brincadeiras de integração no lugar do
trote violento.
O calouro D., 19, que pediu para
não ser identificado, disse que
dois ou três estudantes foram submetidos este ano à chamada "lavagem cerebral", que consiste em
mergulhar a cabeça do aluno no
vaso sanitário e puxar a descarga.
Colaborou o "Notícias Populares"
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