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MORTE EM PERDIZES
À imprensa, Rudi Otto Kretschmar havia dito que não acreditava na culpa do filho de empresário morto
Sócio disse à polícia que desconfiou de Gil
GILMAR PENTEADO
DA REPORTAGEM LOCAL
O publicitário Rudi Otto
Kretschmar, 28, disse à polícia
que desconfiou de seu sócio, o
universitário Gil Grecco Rugai,
20, desde que soube da morte do
empresário Luiz Carlos Rugai, 40
-pai de Gil-, e da mulher dele,
Alessandra, 33, na manhã do dia
seguinte ao crime. Hoje, a polícia
vai concluir o inquérito e pedir à
Justiça a prisão preventiva (até o
julgamento) de Gil.
Kretschmar afirmou, em depoimento, que soube da morte do casal às 9h30 do dia 29 de março.
Encontrou-se com Gil à tarde, na
KTM Comunicação Ltda., empresa de ambos, mas disse aos policiais que não falou ao sócio de sua
desconfiança naquele momento
porque temia pela sua própria vida e pela de seus familiares.
Ele também falou que, na mesma ocasião, foi até o escritório para ver se uma arma que teria sido
guardada dias antes por Gil em
uma gaveta do escritório ainda estava lá, mas não a encontrou.
O depoimento do publicitário
foi dado no dia 31. Ele era a principal testemunha contra Gil até que,
no dia seguinte, o vigia de rua Domingos Ramos Oliveira Andrade,
39, disse à polícia que viu Gil e outro jovem saindo da casa de Rugai
na noite do crime, o que complicou ainda mais a situação do universitário, que teve a prisão temporária de 15 dias decretada -o
prazo vence amanhã.
Kretschmar também desmentiu
o álibi do sócio. Ele afirmou que
Gil lhe dissera que, no dia do crime, saiu da casa de uma amiga
para a KTM. Em depoimento à
polícia, Gil afirmou que, no horário do crime, foi ao cinema, mas
desistiu por causa da fila.
Para a polícia, o publicitário disse que desconfiou do sócio por
causa de conflitos recentes de Gil
com o pai, que levaram ao afastamento do universitário do setor
de finanças da empresa de Rugai e
à troca de chaves da casa.
À imprensa, na semana passada, porém, Kretschmar disse que
achava que Gil era inocente e que
nunca vira o sócio armado. No dia
seguinte, ele foi à polícia e se desmentiu. O advogado Franceo Delfino de Azevedo, que acompanhou o publicitário nessa ocasião,
disse ontem desconhecer o conteúdo do depoimento.
Kretschmar não foi encontrado,
assim como o advogado de Gil,
Fernando José da Costa. A defesa
do universitário afirma que a polícia não tem provas e que os depoimentos são contraditórios.
A promotora Mildred Gonzalez
Campi, designada para o caso, denunciará Gil hoje ou amanhã à
Justiça por duplo homicídio qualificado, com ao menos duas qualificadoras (motivo torpe e sem
chance de defesa para a vítima).
A defesa de Gil pediu na semana
passada a revogação da prisão,
mas a solicitação ainda não foi
analisada pelo 5º Tribunal do Júri.
Gil nega o crime.
Apesar do envio do inquérito à
Justiça, a polícia continua a investigação para tentar identificar um
segundo jovem que foi visto saindo com Gil da casa do empresário, em Perdizes (zona oeste de
SP). Laudos técnicos também devem ser enviados posteriormente.
O Instituto de Criminalística faz
hoje a última tentativa para tentar
encontrar possíveis vestígios de
sangue em roupas de Gil, encaminhadas à lavandeira no dia seguinte ao crime. As roupas passarão por uma análise microscópica
usando reagentes especiais.
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