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ADMINISTRAÇÃO
Primeiro projeto do prefeito de SP prevê a proibição da circulação de carros em via ao lado do sambódromo
Kassab quer construir o bulevar Anhembi
FABIO SCHIVARTCHE
DA REPORTAGEM LOCAL
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PFL), pediu a assessores que façam estudos técnicos
para concretizar seu primeiro
projeto pessoal para a cidade:
transformar a avenida Olavo Fontoura em um bulevar sem carros.
A avenida fica entre o Campo de
Marte e o Sambódromo do
Anhembi, na zona norte da capital. Liga a praça Campo de Bagatelle à marginal Tietê.
Kassab já pediu à CET (Companhia de Engenharia de Tráfego)
estudos técnicos para analisar a
viabilidade de sua idéia, principalmente o impacto no trânsito
com o fechamento da avenida para a circulação de carros.
Uma alternativa que está sendo
estudada é desviar parte dos veículos para a avenida Braz Leme,
contornando o Campo de Marte.
Outra parte dos veículos adensaria ainda mais o já complicado
trânsito da marginal Tietê.
Especialistas em transporte entrevistados pela Folha dizem ser
favoráveis à implantação de áreas
verdes na cidade, mas que é preciso analisar se essa é a melhor opção para o Anhembi. "Visualmente ficaria lindo. Mas não vejo
a utilidade prática do bulevar",
diz o consultor Horácio Figueira.
O prefeito solicitou ao presidente da CET, Roberto Scaringella,
que cuide pessoalmente dos estudos. Segundo assessores, Scaringella não falará sobre o bulevar
sem a avaliação concluída. Ele
não atendeu à reportagem.
Novo Anhembi
O bulevar da Olavo Fontoura
pode integrar um pacote de reformas urbanísticas que Kassab
-ex-secretário municipal do Planejamento na gestão de Celso Pitta- pretende implantar na zona
norte em sua administração.
O prefeito pediu à SPTuris, a
empresa oficial de turismo da cidade, que estude uma forma de
ampliar o pavilhão de exposições
do Anhembi. Um dos maiores da
América Latina, o galpão tem hoje
uma área coberta de 64 mil m2.
Pode passar a ter 100 mil m2.
A SPTuris entregará a Kassab
nos próximos dias quatro desenhos com propostas de ampliação e modernização do espaço. Se
o pavilhão for expandido, é provável que "cresça" sobre parte do
estacionamento descoberto.
Construído no início dos anos
70, hoje o pavilhão está desatualizado tecnologicamente e necessita de reformas -tem inclusive
goteiras. Recebe até 30 mil pessoas por dia em feiras de grande
porte e é uma das principais fontes de renda do Anhembi.
A terceira mudança, que havia
sido anunciada pelo ex-prefeito
José Serra (PSDB) no ano passado, é a incorporação pela prefeitura de parte do Campo de Marte
para a construção de um parque
de lazer. A idéia da prefeitura é
utilizar 500 mil m2 da área -terreno equivalente a quase a metade
do parque Ibirapuera. O Campo
de Marte tem um total de 2,1 milhões de m2.
A construção do parque ainda
depende de entendimentos da
prefeitura com a Aeronáutica,
proprietária de parte do terreno.
Originalmente paulistano, o local
passou às mãos da União durante
a Revolução Constitucionalista de
1932. Desde 1958, vem sendo disputado na Justiça pelos governos
municipal e federal.
Pela proposta da prefeitura, seriam mantidos no Campo de
Marte o uso do aeroporto para aeronaves civis, as moradias militares e o hospital da Aeronáutica.
Kassab avalia que o bulevar seria beneficiado com a incorporação do Campo de Marte pelo parque. As pessoas poderiam, então,
caminhar entre o Anhembi e o
parque, passando pelo bulevar. O
que preocupa o prefeito, que terá
R$ 2,4 bilhões para investir neste
ano, são os custos do projeto, ainda não calculados.
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