São Paulo, quarta-feira, 19 de abril de 2006

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ADMINISTRAÇÃO

Primeiro projeto do prefeito de SP prevê a proibição da circulação de carros em via ao lado do sambódromo

Kassab quer construir o bulevar Anhembi

FABIO SCHIVARTCHE
DA REPORTAGEM LOCAL

O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PFL), pediu a assessores que façam estudos técnicos para concretizar seu primeiro projeto pessoal para a cidade: transformar a avenida Olavo Fontoura em um bulevar sem carros.
A avenida fica entre o Campo de Marte e o Sambódromo do Anhembi, na zona norte da capital. Liga a praça Campo de Bagatelle à marginal Tietê.
Kassab já pediu à CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) estudos técnicos para analisar a viabilidade de sua idéia, principalmente o impacto no trânsito com o fechamento da avenida para a circulação de carros.
Uma alternativa que está sendo estudada é desviar parte dos veículos para a avenida Braz Leme, contornando o Campo de Marte. Outra parte dos veículos adensaria ainda mais o já complicado trânsito da marginal Tietê.
Especialistas em transporte entrevistados pela Folha dizem ser favoráveis à implantação de áreas verdes na cidade, mas que é preciso analisar se essa é a melhor opção para o Anhembi. "Visualmente ficaria lindo. Mas não vejo a utilidade prática do bulevar", diz o consultor Horácio Figueira.
O prefeito solicitou ao presidente da CET, Roberto Scaringella, que cuide pessoalmente dos estudos. Segundo assessores, Scaringella não falará sobre o bulevar sem a avaliação concluída. Ele não atendeu à reportagem.

Novo Anhembi
O bulevar da Olavo Fontoura pode integrar um pacote de reformas urbanísticas que Kassab -ex-secretário municipal do Planejamento na gestão de Celso Pitta- pretende implantar na zona norte em sua administração.
O prefeito pediu à SPTuris, a empresa oficial de turismo da cidade, que estude uma forma de ampliar o pavilhão de exposições do Anhembi. Um dos maiores da América Latina, o galpão tem hoje uma área coberta de 64 mil m2. Pode passar a ter 100 mil m2.
A SPTuris entregará a Kassab nos próximos dias quatro desenhos com propostas de ampliação e modernização do espaço. Se o pavilhão for expandido, é provável que "cresça" sobre parte do estacionamento descoberto.
Construído no início dos anos 70, hoje o pavilhão está desatualizado tecnologicamente e necessita de reformas -tem inclusive goteiras. Recebe até 30 mil pessoas por dia em feiras de grande porte e é uma das principais fontes de renda do Anhembi.
A terceira mudança, que havia sido anunciada pelo ex-prefeito José Serra (PSDB) no ano passado, é a incorporação pela prefeitura de parte do Campo de Marte para a construção de um parque de lazer. A idéia da prefeitura é utilizar 500 mil m2 da área -terreno equivalente a quase a metade do parque Ibirapuera. O Campo de Marte tem um total de 2,1 milhões de m2.
A construção do parque ainda depende de entendimentos da prefeitura com a Aeronáutica, proprietária de parte do terreno. Originalmente paulistano, o local passou às mãos da União durante a Revolução Constitucionalista de 1932. Desde 1958, vem sendo disputado na Justiça pelos governos municipal e federal.
Pela proposta da prefeitura, seriam mantidos no Campo de Marte o uso do aeroporto para aeronaves civis, as moradias militares e o hospital da Aeronáutica.
Kassab avalia que o bulevar seria beneficiado com a incorporação do Campo de Marte pelo parque. As pessoas poderiam, então, caminhar entre o Anhembi e o parque, passando pelo bulevar. O que preocupa o prefeito, que terá R$ 2,4 bilhões para investir neste ano, são os custos do projeto, ainda não calculados.


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