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Assalto a banco deixa sete pessoas feridas no Tatuapé
Quadrilha com 18 ladrões roubou R$ 38 mil de agência do Itaú na zona leste
Seis operários da construção civil acabaram atingidos enquanto almoçavam em uma lanchonete localizada na frente do banco roubado
ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL
CINTHIA RODRIGUES
DO "AGORA"
Armados com fuzis, pistolas,
revólveres e até granadas, 18
criminosos assaltaram a agência do banco Itaú localizada na
avenida Celso Garcia, no Tatuapé (zona leste). Ao meio-dia
de ontem, roubaram R$ 38 mil
e, na fuga, trocaram tiros com a
Polícia Militar. Sete pessoas,
um policial e seis clientes de
uma lanchonete, foram feridas.
Para invadir a agência, o grupo fez com que três dos assaltantes passassem pela porta detectora de metais do banco com
uma arma de brinquedo.
Já dentro da agência, os criminosos renderam dois vigilantes e roubaram os revólveres de ambos. A ação foi gravada pelas câmeras do banco.
Com as armas dos vigilantes
e o domínio total de funcionários e clientes, o trio abriu espaço para que outros assaltantes
também entrassem na agência
e ajudassem a recolher os R$ 38
mil, divididos em dois caixas e
um pequeno cofre.
Do lado de fora da agência,
outros cinco assaltantes, divididos em carros (entre eles, um
Corsa Prata), davam cobertura
aos homens que estavam no
prédio. Ao perceber a chegada
da PM, eles iniciaram um tiroteio e o roubo, que durava aproximadamente cinco minutos
quando foi abortado.
Para impedir que os PMs
conseguissem encurralar os 13
assaltantes dentro do banco, os
criminosos que davam cobertura do lado de fora, alguns deles escondidos dentro da lanchonete Jovens Brotos, deram
vários tiros de fuzil AR-15 na direção do carro policial. Um desses disparos acertou, de raspão,
o braço do soldado Oriovaldo
da Paz Tertuliano, 48.
Troca de tiros
Ferido e sem chance de reação, o PM fugiu correndo, ao lado do outro policial que estava
com ele no carro. Nesse intervalo, outro carro da polícia chegou e também trocou tiros com
os assaltantes.
Enquanto o grupo se dividia
em carros para fugir da cena do
crime, outros PMs que foram
ao banco tentar prender os ladrões contabilizavam trabalhadores feridos que almoçavam
na lanchonete Jovens Brotos.
Ao todo, seis trabalhadores
da construção civil foram atingidos dentro da lanchonete por
tiros que, segundo afirma a polícia, tenham partido das armas
dos criminosos Edivanildo Pereira dos Santos, Alexandre do
Nascimento, Josué Ferreira
Moraes, Afonso Mário Menezes, Altino Alves da Silva e José
Adailton Bezerra Matos.
Enquanto aguardava atendimento, Moraes contou ao irmão, Antonio Ferreira de Moraes, 44, que parte da quadrilha
estava dentro da lanchonete.
Segundo ele, sete homens se
levantaram correndo e atiraram nos pés dos clientes assim
que perceberam os policiais.
"Eles queriam deixar gente para ser socorrida enquanto fugiam", revelou o irmão.
Feridos por balas de fuzil,
dois operários foram operados
no Hospital do Tatuapé, local
para onde foram levados os feridos.
Prisões
Na fuga, os ladrões abandonaram o Corsa prata, com placas dublê de outro carro, perto
da marginal Tietê, ainda na zona leste. No veículo havia duas
granadas e uma pistola.
Logo depois, a polícia encontrou outro veículo supostamente usado no assalto, um Focus prata, na rodovia Ayrton
Senna. Perto do veículo estava
Alan Pereira Araújo, 38. Ele foi
preso e, de acordo com a versão
policial, reconhecido pelo PM
Tertuliano como um dos que
atiraram contra ele.
Araújo tinha passagens anteriores pela polícia por roubo,
furto e porte ilegal de arma. O
outro preso acusado de participar do assalto foi Hernandes
dos Santos Martins. Ele vestia
um macacão de mecânico e, de
acordo com o delegado Gaetano Vergine, do Deic (Departamento de Investigações Sobre o
Crime Organizado), estava no
Celta prata também usado no
assalto ao Itaú ontem.
Até a noite de ontem, nenhum dos dois presos havia
constituído advogado.
A Secretaria da Segurança
Pública não permitiu que Araújo e Martins falassem com a reportagem sobre as acusações
de participação no assalto.
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