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Projeto de moradia popular do Estado é vetado
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DA REPORTAGEM LOCAL
Quando o assunto é como
ocupar e manter a premissa de
tornar a Nova Luz um bairro de
convivência entre diversas
classes sociais, ao menos até
agora, nem prefeitura nem Estado, parceiros no projeto, se
entendem sobre a forma de viabilizar moradias para a população mais pobre na região.
Um exemplo são os planos do
governo do Estado de construir
na Nova Luz dois prédios para
famílias de baixa renda, um deles com 49 metros de altura ou
16 andares, que esbarraram nas
exigências de órgãos da prefeitura para novos edifícios.
O projeto da Companhia de
Desenvolvimento Habitacional
e Urbano, do Estado, não passou na análise prévia do Conpresp (órgão do patrimônio
histórico da cidade de São Paulo), que pediu mudanças. Há
problemas na altura e nos recuos (distância até a rua).
Segundo o diretor do Departamento do Patrimônio Histórico, Walter Pires, o órgão endossará a proposta da Emurb,
de permitir, na região onde estão os terrenos, edifícios com
no máximo 30 metros de altura. O menor prédio no projeto
da CDHU tem 40 metros.
Além de o gabarito extrapolar o máximo a ser permitido, o
projeto da empresa também
contraria outra norma estabelecida pela Emurb (empresa da
prefeitura) sobre o recuo.
Para os conselheiros, os "recuos implicam considerável
impacto no tecido urbano", o
que desvirtuaria o plano arquitetônico de harmonizar os prédios com casas vizinhas.
É preciso, dizem os conselheiros do Conpresp, que a estatal busque soluções alternativas para o plano de tornar a Nova Luz uma mescla de classes
sociais distintas convivendo
num mesmo bairro.
Agora, os engenheiros da
CDHU tentam adequar os dois
prédios, com 153 apartamentos
de 50 m2, às diretrizes de ocupação do bairro.
Os terrenos, já desapropriados, devem receber investimento de R$ 19,2 milhões, para
abrigar famílias com renda entre três e seis salários mínimos.
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