São Paulo, domingo, 19 de abril de 2009

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Projeto de moradia popular do Estado é vetado

JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DA REPORTAGEM LOCAL

Quando o assunto é como ocupar e manter a premissa de tornar a Nova Luz um bairro de convivência entre diversas classes sociais, ao menos até agora, nem prefeitura nem Estado, parceiros no projeto, se entendem sobre a forma de viabilizar moradias para a população mais pobre na região.
Um exemplo são os planos do governo do Estado de construir na Nova Luz dois prédios para famílias de baixa renda, um deles com 49 metros de altura ou 16 andares, que esbarraram nas exigências de órgãos da prefeitura para novos edifícios.
O projeto da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano, do Estado, não passou na análise prévia do Conpresp (órgão do patrimônio histórico da cidade de São Paulo), que pediu mudanças. Há problemas na altura e nos recuos (distância até a rua).
Segundo o diretor do Departamento do Patrimônio Histórico, Walter Pires, o órgão endossará a proposta da Emurb, de permitir, na região onde estão os terrenos, edifícios com no máximo 30 metros de altura. O menor prédio no projeto da CDHU tem 40 metros.
Além de o gabarito extrapolar o máximo a ser permitido, o projeto da empresa também contraria outra norma estabelecida pela Emurb (empresa da prefeitura) sobre o recuo.
Para os conselheiros, os "recuos implicam considerável impacto no tecido urbano", o que desvirtuaria o plano arquitetônico de harmonizar os prédios com casas vizinhas.
É preciso, dizem os conselheiros do Conpresp, que a estatal busque soluções alternativas para o plano de tornar a Nova Luz uma mescla de classes sociais distintas convivendo num mesmo bairro.
Agora, os engenheiros da CDHU tentam adequar os dois prédios, com 153 apartamentos de 50 m2, às diretrizes de ocupação do bairro.
Os terrenos, já desapropriados, devem receber investimento de R$ 19,2 milhões, para abrigar famílias com renda entre três e seis salários mínimos.

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