São Paulo, terça-feira, 19 de abril de 2011

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Garagem de Congonhas "fecha" no rush

Sem vagas livres em horário de pico do aeroporto, motoristas ficam em fila parados no acesso ao estacionamento

Segundo funcionários, problema se repete de terça a quinta; usuários acabam migrando para garagens do lado de fora

Danilo Verpa/Folhapress
Sem vaga disponível na garagem de Congonhas, carro improvisa, no horário de pico, parada em local não permitido

LUCAS SAMPAIO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Quinta-feira, 13h. Um motorista tenta parar o carro no edifício-garagem do aeroporto de Congonhas, zona sul de São Paulo, mas é informado de que não há vagas livres.
Rapidamente, uma fila de mais de 30 carros se forma no local. Os motoristas descem dos veículos para saber o que se passa. A espera para cada um dura mais de meia hora.
A cena, ocorrida na semana passada, não é um fato isolado -foi presenciada pela Folha em três dias diferentes. Segundo os funcionários, o problema se repete todas as terças, quartas e quintas no período das 7h às 14h.
Com cinco andares, o edifício-garagem, inaugurado em março de 2006, tem 2.554 vagas, que, somadas às 395 ao ar livre, totalizam 2.949. A obra custou R$ 50 milhões.
A Infraero diz que as vagas atendem à demanda em Congonhas, mas admite que, para evitar tumultos, os motoristas têm de aguardar na entrada do estacionamento. Um fator que poderia ajudar a desafogar o local, porém, não vai mais existir: o governo do Estado engavetou um projeto de ligação mais rápida do aeroporto à rede do metrô, que facilitaria o acesso a Congonhas.

JEITINHO
Devido à situação, usuários acabam migrando para outros estacionamentos, parando em locais proibidos ou apelando para a criatividade.
Paulo Guidolin, 56, dono do lava-rápido que funciona no edifício-garagem, diz que muitos clientes deixam o carro para lavar quando o estacionamento está lotado, ainda que o veículo esteja limpo. O local tem 30 vagas reservadas e os clientes pagam de R$ 30 a R$ 35 pela lavagem simples, além do valor do estacionamento. "Atendo 50 carros por dia", diz o dono.
Em uma das viagens que faz semanalmente a Curitiba, o engenheiro eletrônico Roberto Costa, 40, entrou no estacionamento e encontrou a lotação esgotada. Ainda procurou por vagas nas rampas de acesso, onde é proibido estacionar, e não encontrou.
Foi obrigado a sair e parou num estacionamento do outro lado da avenida Washington Luís. Quase perdeu o voo. Eduardo Dal Ri, 37, securitário que na quinta-feira embarcou para Florianópolis, de tanto usar o aeroporto, muitas vezes vai de táxi. "Sei que não vai ter vaga", diz.
Quando o estacionamento do aeroporto lota, os da região também ficam sem vagas. "Teve uma quarta em que dispensei 20 carros pela manhã", afirma o manobrista Zito dos Santos, 35, de um estacionamento próximo.
O também manobrista Orlando Luiz, 36, que trabalha ao lado, concorda: "Tem pessoa que implora para deixar o carro, diz que vai perder o voo. Mas não tem o que fazer. Quando trava lá, todo mundo vem pra cá e lota".

Colaborou PATRÍCIA BRITTO


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