São Paulo, terça-feira, 19 de abril de 2011

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Setor imobiliário critica proposta de IPTU proporcional de Kassab

Prefeito quer que imposto passe a incidir logo após o término de construção ou reforma de imóvel

Secretaria de Finanças afirma que objetivo da medida é tornar a cobrança do IPTU mais equilibrada na cidade

JOSÉ BENEDITO DA SILVA
DE SÃO PAULO

O setor imobiliário criticou a proposta do prefeito Gilberto Kassab de implantar o IPTU proporcional e informou que vai analisar a legalidade da medida.
Hoje, o imposto é cobrado com base na situação do imóvel em 1º de janeiro -com a mudança, passará a incidir após o término da construção ou reforma e ampliação que altere o valor venal.
Exemplo: um imóvel novo que hoje recebe o Habite-se -documento da prefeitura que autoriza o seu uso- em março só é tributado pelo IPTU a partir do ano seguinte. Com a mudança, haverá o imposto proporcional ao período de março a dezembro.
Segundo o vice-presidente do Secovi-SP (Sindicato da Habitação), Cláudio Bernardes, a primeira providência é saber se a alteração não fere o Código Tributário Nacional, lei federal que regula a cobrança de impostos.
Outro ponto, diz, é discutir a oportunidade da medida. "Isso [antecipar a cobrança de IPTU] é um incremento de custo." Embora o IPTU seja responsabilidade do proprietário, a construtora ou incorporadora tem de pagá-lo até que o imóvel seja vendido.
De acordo com ele, criar custos é ir "na contramão da história", porque o setor vem tentando reduzir despesas para viabilizar moradias para as classes média e baixa.
O secretário de Finanças, Mauro Ricardo Costa, diz que o objetivo da medida é tornar a cobrança do IPTU mais equilibrada. "A cobrança proporcional é mais justa. Os contribuintes estavam sendo tratados de forma desigual."
A urbanista Lucila Lacreta, diretora da ONG Movimento Defenda SP, concorda. "Acho corretíssimo. A edificação está usando toda uma infraestrutura urbana e tem que pagar por isso."

AUDIÊNCIA
A Câmara faz hoje, às 9h, a primeira das duas audiências para discutir o projeto.
A proposta abarca várias alterações tributárias, como a criação da Nota Fiscal Paulistana, a ampliação do programa de parcelamento de impostos e reduções de ISS.
Apesar da complexidade do projeto, ele teve os pareceres de todas as comissões aprovados de uma só vez, sem discussão, durante a sessão de quarta-feira.
Isso ocorreu porque o líder do governo, Roberto Trípoli (PV), conseguiu que ele fosse discutido no chamado "congresso de comissões" -integrantes das comissões dão pareceres durante a sessão.
Celso Jatene (PTB) disse que vai pedir na audiência que a Comissão de Finanças e Orçamento anule o parecer favorável da semana passada. "O importante é a gente discutir o projeto", diz ele.


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