São Paulo, quinta-feira, 19 de maio de 2005

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PATRIMÔNIO HISTÓRICO

Construção de 1710 é uma das mais antigas da cidade de Mariana, primeira capital do Estado

Desgaste provoca queda de parte do teto de igreja em MG

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Um pedaço da cimalha de uma das igrejas barrocas mais antigas de Minas Gerais, a de Nossa Senhora da Assunção, ou Sé de Mariana, ruiu, no último dia 15, em mais uma demonstração da fragilidade do patrimônio histórico do país. Edificada por volta de 1710, a construção religiosa é uma das primeiras de Mariana, a primeira capital do Estado (a 110 km de Belo Horizonte).
A cimalha é o nome que se dá ao acabamento em madeira do beiral do telhado, que envolve todo o lado externo da frágil construção barroca, feita de pau-a-pique, madeira e adobe.
O envelhecimento da madeira, sempre exposta ao tempo, foi a provável causa da queda de cerca de dois metros da cimalha da fachada principal, bem abaixo de uma das duas torres. Apesar de a Sé de Mariana não ter aparentemente problemas estruturais, ela precisa ser restaurada.
A chefe do escritório do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) em Mariana, Maria Cristina Seabra de Miranda, disse que o pedaço que ruiu é pequeno em relação à extensão da fachada, mas afirmou que a cimalha precisa ser revista, especialmente a das laterais.
Além disso, afirmou Miranda, o local precisa de uma "inspeção geral, um estudo aprofundado do estado de conservação, para evitar um dano maior" ao prédio, que está sob a responsabilidade da Arquidiocese de Mariana.
O engenheiro da arquidiocese, José da Silva Reis, disse que providências já foram tomadas para a recuperação da cimalha, mas acrescentou: "No geral, a igreja está bem, mas merece uma restauração, é uma construção frágil, de dez em dez anos tem que receber tratamento completo".
Um dos entraves para o restauro é a falta de dinheiro. A obra depende do poder público ou do interesse do setor privado que, usando as leis de incentivo à cultura, financie o reparo, que deve girar em torno de R$ 1 milhão, segundo estimativa de Reis.
A igreja, tombada em 1939, tem 12 altares adornados, um deles feito por Francisco Xavier de Brito, um dos mestres de Aleijadinho. O quadro do batistério é atribuído a Manuel da Costa Ataíde.


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