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PATRIMÔNIO HISTÓRICO
Construção de 1710 é uma das mais antigas da cidade de Mariana, primeira capital do Estado
Desgaste provoca queda de parte do teto de igreja em MG
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
Um pedaço da cimalha de uma
das igrejas barrocas mais antigas
de Minas Gerais, a de Nossa Senhora da Assunção, ou Sé de Mariana, ruiu, no último dia 15, em
mais uma demonstração da fragilidade do patrimônio histórico do
país. Edificada por volta de 1710, a
construção religiosa é uma das
primeiras de Mariana, a primeira
capital do Estado (a 110 km de Belo Horizonte).
A cimalha é o nome que se dá ao
acabamento em madeira do beiral do telhado, que envolve todo o
lado externo da frágil construção
barroca, feita de pau-a-pique, madeira e adobe.
O envelhecimento da madeira,
sempre exposta ao tempo, foi a
provável causa da queda de cerca
de dois metros da cimalha da fachada principal, bem abaixo de
uma das duas torres. Apesar de a
Sé de Mariana não ter aparentemente problemas estruturais, ela
precisa ser restaurada.
A chefe do escritório do Iphan
(Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) em Mariana, Maria Cristina Seabra de
Miranda, disse que o pedaço que
ruiu é pequeno em relação à extensão da fachada, mas afirmou
que a cimalha precisa ser revista,
especialmente a das laterais.
Além disso, afirmou Miranda, o
local precisa de uma "inspeção
geral, um estudo aprofundado do
estado de conservação, para evitar um dano maior" ao prédio,
que está sob a responsabilidade
da Arquidiocese de Mariana.
O engenheiro da arquidiocese,
José da Silva Reis, disse que providências já foram tomadas para a
recuperação da cimalha, mas
acrescentou: "No geral, a igreja
está bem, mas merece uma restauração, é uma construção frágil,
de dez em dez anos tem que receber tratamento completo".
Um dos entraves para o restauro é a falta de dinheiro. A obra depende do poder público ou do interesse do setor privado que,
usando as leis de incentivo à cultura, financie o reparo, que deve
girar em torno de R$ 1 milhão, segundo estimativa de Reis.
A igreja, tombada em 1939, tem
12 altares adornados, um deles
feito por Francisco Xavier de Brito, um dos mestres de Aleijadinho. O quadro do batistério é atribuído a Manuel da Costa Ataíde.
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