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ADMINISTRAÇÃO
Prefeito afirma que vai travar batalha judicial para suspender os contratos de coleta, que considera prejudiciais
Empresas do lixo deviam desistir, diz Serra
DA REPORTAGEM LOCAL
O prefeito de São Paulo, José
Serra (PSDB), afirmou ontem que
pretende travar uma "batalha judicial" para que as empresas que
detêm a concessão da coleta do lixo na cidade percam esse direito.
"Os contratos, como foram feitos, são contrários ao interesse da
cidade. O ideal seria que as empresas renunciassem aos contratos", disse Serra, em evento pela
manhã em Parelheiros, zona sul.
As declarações do prefeito ocorrem um dia após a demissão de
Maria Helena Orth, ex-titular da
pasta de Serviços, responsável pelos contratos de limpeza urbana.
Maria Helena Orth é uma técnica do setor e defensora do modelo
atual de concessão. Ela estaria, no
entanto, travando uma queda de
braços com auxiliares do secretário de Governo, Aloysio Nunes
Ferreira, por ser contra a inclusão
dos serviços de varrição nos mesmos contratos de coleta de lixo,
num eventual rearranjo da área.
Na manhã de ontem, Serra negou a existência de qualquer divergência com sua ex-auxiliar.
O novo secretário de Serviços,
Andrea Matarazzo, preferiu não
detalhar qualquer intenção de alterar os contratos de coleta, que
passaram a valer em outubro de
2004 e têm duração de 20 anos,
num custo total de R$ 9,8 bilhões.
"Vou analisar, ver como estão
os contratos. O objetivo é ter a cidade limpa e vamos atuar nesse
sentido. Até junto com a Secretaria dos Negócios Jurídicos", disse.
Em janeiro deste ano, o Tribunal de Justiça de São Paulo concedeu uma liminar às empresas de
coleta garantindo que as duas
concessionárias responsáveis pela
coleta de lixo continuassem a
prestar o serviço no município.
O Ministério Público havia tentado suspender os contratos em
dezembro de 2004, alegando falta
de lisura na concorrência. Mas a
gestão Marta (PT) recorreu e conseguiu a decisão favorável à manutenção dos contratos no TJ.
Serra, que havia prometido rever tais contratos durante a campanha eleitoral do ano passado,
anunciou que retiraria o recurso
protocolado por sua antecessora,
para que os contratos ficassem
suspensos. As empresas reagiram
e garantiram sua manutenção obtendo nova liminar na Justiça.
Até a decisão do tribunal que
garantiu a manutenção dos contratos, a intenção dos tucanos era
a de refazer a licitação e, até concluí-la, manter os serviços por seis
meses com contratos de emergência (sem licitação). É dessa
maneira -por meio de contratações emergenciais- que estão
mantidos os serviços de varrição.
A Ecourbis, uma das concessionárias de coleta de lixo, divulgou
uma nota na qual afirma não ter
recebido nenhum comunicado
oficial da prefeitura sobre qualquer alteração em contrato. Informou que não se pronunciará até
receber o teor completo das declarações do prefeito.
A Loga, o outro consórcio vencedor da licitação da coleta do lixo, não foi encontrada pela reportagem para se manifestar.
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