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Cracolândia vai a leilão para virar bairro
Odebrecht e pool comandado pela Company S.A. querem comprar terrenos para construir um novo bairro na região
Secretário diz que a decisão de fazer um só leilão é porque grupos pretendem erguer um único empreendimento integrado na região
EVANDRO SPINELLI
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DA REPORTAGEM LOCAL
Dois grupos empresariais
disputam o direito de transformar a região da cracolândia, no
centro de São Paulo, em um novo bairro. De um lado está a
construtora Odebrecht. Do outro, um pool de investidores capitaneado pela Company S.A.,
uma das maiores incorporadoras imobiliárias do país.
O que está em disputa é uma
área de 103 mil m2 que será desapropriada pela prefeitura e
leiloada, em um único lote, para que a empresa vencedora
transforme a região degradada
em um local atrativo para empresas da área de tecnologia e
moradores da classe média.
Incluindo áreas que não serão desapropriadas -ruas, praças, prédios públicos, como o
Poupatempo e o Corpo de
Bombeiros, e a tradicional rua
Santa Ifigênia, conhecida pelo
comércio de produtos eletrônicos-, a cracolândia, ou Nova
Luz, como prefere a prefeitura,
tem 269 mil m2.
Uma lei de 2005, do então
prefeito José Serra (PSDB),
concedeu benefícios fiscais para empresas que se instalarem
na região, com ênfase para os
setores de informática e alta
tecnologia, para "aproveitar a
vocação da Santa Ifigênia".
Na mesma época, um decreto definiu uma área de 105 mil
m2 dentro da região como passível de desapropriação. Nesta
semana, um novo decreto igualou as áreas de benefícios fiscais e desapropriação com o
objetivo de facilitar a "entrega"
da área para um único grupo
construir o novo bairro.
O secretário das Subprefeituras, Andrea Matarazzo, disse
que a decisão de fazer um único
leilão de todo o lote foi tomada
porque os grupos que procuraram o governo tinham interesse em toda a área, para fazer
um único empreendimento
completamente integrado.
A revitalização da cracolândia é, confessadamente, "a menina dos olhos" de Matarazzo.
Sem se comprometer com prazos, o secretário pretende que,
até o fim de 2008, as obras já
tenham começado na região.
As desapropriações devem começar em até seis meses.
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