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Jovem morre ao cair de brinquedo em Minas
Estudante de 19 anos saltou do equipamento a uma altura de pelo menos 30 metros, mas rede de proteção não estava armada
Delegado diz que houve falha de comunicação entre os
2 operadores da máquina, que serão indiciados por homicídio não-intencional
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
A estudante universitária Tamires Leite da Silva, 19, morreu
na madrugada de ontem logo
após cair de um brinquedo denominado Queda Livre, durante festa em Juiz de Fora (272
km de Belo Horizonte).
Segundo testemunhas, amigos e parentes que a acompanhavam ao parque de exposições da cidade, ao saltar no
brinquedo, de uma altura de
pelo menos 30 metros, a rede
de proteção não estava armada.
Ela foi direto ao chão.
De acordo com o site da empresa responsável pelo Queda
Livre, a Maxtreme, com sede
em São Paulo, o brinquedo
"permite saltos livres, sem elásticos, pára-quedas ou qualquer
outro tipo de suporte".
"O participante é elevado,
junto com um operador, numa
plataforma a uma altura de
aproximadamente 60 metros,
içado por um guindaste móvel.
Assim que a plataforma atinge
sua altura máxima, o participante salta em queda livre de
30 metros com total segurança.
Sua queda de 30 metros é
amortecida por um quadrado
de redes flexíveis a 20 metros
do chão", informa a Maxtreme.
Ouvidos pela Polícia Civil, os
dois responsáveis pela operação do brinquedo, que foram
detidos pela Polícia Militar, deram outra versão, negando que
ela tivesse saltado.
Dalmo Fernandes Maria, 43,
operador do guindaste, disse
ter percebido que uma corda
que arma a rede para a queda
havia ficado presa durante a subida. Com isso, baixou o guindaste para arrumá-la, baixando
a rede ao mesmo tempo.
André Ribeiro Dietrich, 26,
operador que acompanhava a
jovem no alto, disse que, nessa
hora, começava o show de Ivete
Sangalo e a menina começou a
se mexer muito, e acabou se
soltando do cinto que a segurava durante a subida.
Segundo o delegado Rodrigo
Rolli, houve falha de comunicação entre os dois operadores.
Assim sendo, ele entendeu ter
havido falha humana, motivo
pelo qual ambos serão indiciados por homicídio culposo
(não-intencional). Foi fixada
fiança de R$ 1.000, que eles pagariam para deixar a prisão.
Foram testemunhas que disseram à PM e ao Corpo de
Bombeiros, conforme consta
nas duas ocorrências, que
quando Tamires saltou a rede
de proteção não estava armada.
Em entrevista à TV Panorama, um dos amigos da moça,
que não quis ser identificado,
disse que saltou antes dela. Logo depois, segundo ele, Tamires
saltou e a rede não estava suspensa, estava no chão.
Pela informação da empresa,
é possível supor que ela tenha
caído de uma altura de 50 metros, já que a queda de 30 metros é até a rede, que deveria estar a 20 metros do chão.
Tamires foi socorrida pelo
Corpo de Bombeiros e pelo Samu, levada para o posto de saúde do parque de exposições, onde foi constatada sua morte.
Seu corpo foi enterrado à tarde.
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