São Paulo, sábado, 19 de maio de 2007

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Jovem morre ao cair de brinquedo em Minas

Estudante de 19 anos saltou do equipamento a uma altura de pelo menos 30 metros, mas rede de proteção não estava armada

Delegado diz que houve falha de comunicação entre os 2 operadores da máquina, que serão indiciados por homicídio não-intencional

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

A estudante universitária Tamires Leite da Silva, 19, morreu na madrugada de ontem logo após cair de um brinquedo denominado Queda Livre, durante festa em Juiz de Fora (272 km de Belo Horizonte).
Segundo testemunhas, amigos e parentes que a acompanhavam ao parque de exposições da cidade, ao saltar no brinquedo, de uma altura de pelo menos 30 metros, a rede de proteção não estava armada. Ela foi direto ao chão.
De acordo com o site da empresa responsável pelo Queda Livre, a Maxtreme, com sede em São Paulo, o brinquedo "permite saltos livres, sem elásticos, pára-quedas ou qualquer outro tipo de suporte".
"O participante é elevado, junto com um operador, numa plataforma a uma altura de aproximadamente 60 metros, içado por um guindaste móvel. Assim que a plataforma atinge sua altura máxima, o participante salta em queda livre de 30 metros com total segurança. Sua queda de 30 metros é amortecida por um quadrado de redes flexíveis a 20 metros do chão", informa a Maxtreme.
Ouvidos pela Polícia Civil, os dois responsáveis pela operação do brinquedo, que foram detidos pela Polícia Militar, deram outra versão, negando que ela tivesse saltado.
Dalmo Fernandes Maria, 43, operador do guindaste, disse ter percebido que uma corda que arma a rede para a queda havia ficado presa durante a subida. Com isso, baixou o guindaste para arrumá-la, baixando a rede ao mesmo tempo.
André Ribeiro Dietrich, 26, operador que acompanhava a jovem no alto, disse que, nessa hora, começava o show de Ivete Sangalo e a menina começou a se mexer muito, e acabou se soltando do cinto que a segurava durante a subida.
Segundo o delegado Rodrigo Rolli, houve falha de comunicação entre os dois operadores. Assim sendo, ele entendeu ter havido falha humana, motivo pelo qual ambos serão indiciados por homicídio culposo (não-intencional). Foi fixada fiança de R$ 1.000, que eles pagariam para deixar a prisão.
Foram testemunhas que disseram à PM e ao Corpo de Bombeiros, conforme consta nas duas ocorrências, que quando Tamires saltou a rede de proteção não estava armada.
Em entrevista à TV Panorama, um dos amigos da moça, que não quis ser identificado, disse que saltou antes dela. Logo depois, segundo ele, Tamires saltou e a rede não estava suspensa, estava no chão.
Pela informação da empresa, é possível supor que ela tenha caído de uma altura de 50 metros, já que a queda de 30 metros é até a rede, que deveria estar a 20 metros do chão.
Tamires foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros e pelo Samu, levada para o posto de saúde do parque de exposições, onde foi constatada sua morte. Seu corpo foi enterrado à tarde.


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