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Anvisa proíbe anúncio do Alpino que não tem Alpino
Medida vale para campanhas em sites, revistas e TVs que induzam consumidor a erro; caso é "absurdo", diz Nestlé, que tomará providências
ANGELA PINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
RICARDO GALLO
DA REPORTAGEM LOCAL
Está proibida desde ontem
publicidade da bebida Alpino
Fast que induza as pessoas a
acreditarem que o produto tem
o chocolate Alpino. A Nestlé
lançou a bebida há três meses.
A decisão é da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que avaliará caso a caso
se toda publicidade do Alpino
Fast induz a erro. A multa pode
chegar a R$ 1,5 milhão. A Nestlé
tem 15 dias para recorrer.
Como a Folha revelou na semana passada, o Alpino Fast
tem mesmo nome e cor do famoso chocolate, mas, segundo
o próprio rótulo, não é feito
com o bombom Alpino.
A medida da Anvisa abrange
a publicidade em todos os
meios de comunicação, inclusive no site da empresa. O texto
"Alpino Fast é o sabor inconfundível de Alpino para beber
em qualquer lugar" continuava
na página ontem à noite.
Há publicidade semelhante
em revistas e na TV.
A Anvisa informou que não
tem conhecimento de outros
casos semelhantes -produtos
que levem a mesma marca, mas
com composição diferente.
Na semana passada, a Nestlé
havia dito, inicialmente, que o
Alpino Fast tinha sabor similar
ao do chocolate. No dia seguinte, disse que a bebida contém a
mesma "massa" do Alpino.
Na ocasião, a empresa decidiu retirar da embalagem a inscrição "Este produto não contém chocolate Alpino". Para a
Nestlé, a mensagem confunde
o consumidor. A intenção do
aviso foi mostrar que no Alpino
Fast não havia o bombom derretido, disse a Nestlé. Fazê-lo
em uma bebida gelada é impossível, segundo a empresa.
Investigação
A iniciativa da Anvisa foi motivada por uma solicitação do
Ministério Público Estadual da
Paraíba. O promotor Francisco
Bezerra soube do caso pelo blog
"Coma com os Olhos" (www.comacomosolhos.com), o
primeiro a levar o assunto à internet, no final de fevereiro.
Bezerra abriu inquérito civil
para apurar o caso, a exemplo
do Ministério Público do Rio
de Janeiro. Também investigam a Nestlé o Ministério da
Justiça, o Conar (Conselho Nacional de Autorregulação Publicitária) e o Procon do Rio e
de São Paulo.
A polêmica levou o assunto a
estar entre os tópicos mais comentados pelos usuários brasileiros do Twitter ontem.
Procurada ontem, a empresa
disse ser "absurdo o que está
acontecendo" e que tomará as
"medidas cabíveis".
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