São Paulo, quinta-feira, 19 de maio de 2011

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WILTON DE OLIVEIRA BUSSAB (1940-2011)

Foi estatisticamente significante

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

A camiseta que Wilton de Oliveira Bussab adorava usar tinha estampada a frase: "Eu sou estatisticamente significante". Era da ABE (Associação Brasileira de Estatística), que ele ajudou a fundar e que presidiu duas vezes, nos biênios 1986-1988 e 2006-2008.
Tom, como era chamado na família, nasceu em Brotas (SP) e lá viveu até os dez anos. Seu pai teve uma fazenda na cidade, mas decidiu vendê-la e ir com a família para a capital paulista, onde trabalhou com comércio.
Na USP, Wilton se formou em matemática, em 1964. Seguiria na área de estatística, graduação que não existia na universidade quando era aluno. Ele ajudaria a criá-la.
Tornou-se professor da USP, onde concluiu o mestrado em 1971. O doutorado, defendido em 1976, ele fez em Londres, na Inglaterra.
Também deu aulas na FGV. Foi diretor acadêmico da fundação, na qual ficou por mais de 40 anos, e consultor do IBGE para o Censo.
Como lembra o filho Murilo Bussab, diretor-executivo de circulação e marketing do Grupo Folha, o pai vivia no escritório corrigindo provas, lendo ou escrevendo livros (publicou vários) e fazendo programas para cálculos.
Em casa, como enfeite, tinha uma máquina de perfurar cartões usada nos primeiros computadores da USP -os furinhos eram lidos e traduzidos para números.
Wilton, segundo conta a família, era sério, mas sereno; firme em suas posições, mas educado. Apesar de estatístico, escrevia poemas.
Deu aulas até um câncer fazê-lo parar. Morreu na segunda, aos 71. Deixa viúva, dois filhos e quatro netos.

coluna.obituario@uol.com.br


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