São Paulo, quinta-feira, 19 de maio de 2011 |
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Aos 25 anos, SOS Mata Atlântica tem desafio ainda maior Prioridade da organização ambiental para os próximos anos é evitar desmate da floresta em áreas privadas Cerca de 80% do que restou da mata original pertence a particulares, afirma diretora da ONG; eventos festejam data EDUARDO GERAQUE DE SÃO PAULO Ao completar 25 anos neste mês, a organização ambiental SOS Mata Atlântica vê como seu principal desafio para os próximos anos evitar os desmatamento da floresta em áreas privadas. "A grande maioria [por volta de 80%] dos fragmentos ainda intactos da mata atlântica pertence a particulares", diz Márcia Hirota, diretora de gestão do conhecimento da ONG. "Está praticamente na mão dessas pessoas a preservação do que está de pé." O ritmo de desmatamento da mata atlântica caiu nos últimos anos. A pesquisadora, em parte, credita essa queda no desmate às ações de entidades como a própria SOS. Mas ela também concorda que a situação da mata atlântica é bem crítica, já que boa parte foi desmatada. Hoje, em termos de pedaços significativos de mata atlântica, restam apenas 7,9% do bioma original. HISTÓRIA Foi a luta pela preservação da mata na região da Jureia, no litoral sul de São Paulo, em meados dos anos 1980, que fez surgirem alguns dos pilares do movimento ambiental brasileiro. Um deles foi justamente a SOS Mata Atlântica, cujos 25 anos serão comemorados hoje à noite, com uma solenidade no Pavilhão da Bienal, no parque Ibirapuera (zona sul de São Paulo). Os festejos continuam a partir de amanhã, no mesmo local, com o evento Viva a Mata, que inclui palestras e exposições. No caso da Jureia, a ação de Paulo Nogueira-Neto, primeiro secretário especial de Meio Ambiente do país, nos anos 70 e 80, atual conselheiro da SOS Mata Atlântica e considerado por muitos o maior ambientalista vivo do país, acabou sendo decisiva. Ele criou uma área de proteção, em 1985, que facilitou a preservação do local. A ação do governo Franco Motoro (1983-87) no Estado também colaborou, estabelecendo instrumentos legais para proteger mais a área. "Olhando para trás, podemos dizer que tudo valeu a pena. Afinal, a Jureia está preservada com toda a sua mata atlântica", disse Nogueira-Neto, 89, à Folha. O ambientalista, hoje, preside a Adema-SP (Associação de Defesa do Meio Ambiente), "a mais antiga em atividade do país". Texto Anterior: Finlândia na favela Próximo Texto: Indefinição sobre endereço de estação agita moradores Índice | Comunicar Erros |
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