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MORTE DO JORNALISTA
PCC pode estar protegendo traficante
Policial carioca faz investigações em SP em busca de Elias Maluco
DA SUCURSAL DO RIO
A Subsecretaria de Inteligência
da Secretaria Estadual da Segurança Pública do Rio de Janeiro
enviou um policial a São Paulo
para investigar se o traficante
Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco, está na cidade.
O policial passou uma semana
em São Paulo e preparou um relatório sobre as ligações entre Elias
Maluco, apontado como o responsável pela morte do jornalista
Tim Lopes, e criminosos paulistas. O documento é mantido em
sigilo.
A Folha apurou que o policial
seguiu para São Paulo logo após o
desaparecimento de Lopes, no dia
2, quando fazia uma reportagem
na favela Vila Cruzeiro (Penha,
zona norte).
A polícia suspeita que Elias Maluco esteja sendo protegido por
integrantes da facção criminosa
PCC (Primeiro Comando da Capital), que se aliou ao CV (Comando Vermelho), do qual o traficante é o principal líder em liberdade. Para o subsecretário, coronel Antônio Freire, Elias Maluco não está no Rio.
"A polícia está batendo em várias favelas, cercando todos os
seus redutos. Por isso, não acredito que Elias Maluco esteja na cidade", declarou.
O complexo de favelas do Alemão (zona norte), área dominada
pelo traficante, possui pichações
com as siglas das duas facções.
Consolação
Cerca de cem pessoas participaram ontem à noite, na igreja da
Consolação, em São Paulo, de celebração inter-religiosa pela morte de Tim Lopes. "Todo homem
tem direito à vida, à liberdade e à
segurança pessoal", disse D. Paulo Evaristo Arns, arcebispo emérito, que presidiu a cerimônia.
Na sua fala, ele lembrou o jornalista Wladimir Herzog, assassinado em 1975. Uma faixa dependurada junto ao altar, encabeçada
por Herzog e pela palavra "mártires", trazia 23 nomes, de Chico
Mendes a Celso Daniel.
O rabino Henry Sobel, da comunidade judaica, disse que as
pessoas estão "reféns da ditadura
do crime organizado". "Nós já
derrubamos uma ditadura, porque decidimos não nos calar. Não
vamos nos calar agora."
A monja budista Coen Sam perguntou com qual "câmara oculta
estamos olhando o mundo à nossa volta". "Será que não estamos
com os olhos do preconceito?"
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