São Paulo, sábado, 19 de junho de 2004

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TRANSPORTE

Programa completa um mês; ajuda a viações cresce, segundo a prefeitura, devido a aumento de isenção a idosos

57% já usam bilhete único; subsídio é incerto

DA REPORTAGEM LOCAL

O bilhete único, programa da prefeitura que permite ao paulistano fazer várias viagens de ônibus num intervalo de duas horas pagando apenas uma passagem, obteve a adesão de 1,7 milhão dos 3 milhões de usuários (57%) no seu primeiro mês. O objetivo é chegar a 90% até o final de agosto.
Por outro lado, ainda não está claro se a gestão Marta Suplicy (PT) terá de elevar os subsídios às empresas de ônibus. Desde maio, quando o bilhete começou a valer, as subvenções subiram de R$ 17 milhões mensais para R$ 22,4 milhões. Como essa verba têm o objetivo de bancar gratuidade para idosos e desconto para estudantes, a prefeitura atribui o aumento à alta do número de beneficiados, não ao bilhete. Além disso, em janeiro não houve repasse, e o valor está sendo ajustado.
A discussão sobre o aumento ou não dos subsídios se dá porque o número total de viagens permanece o mesmo, mas as pessoas agora podem pagar por apenas uma, de R$ 1,70. Com o bilhete único, o morador da periferia que tomava dois ônibus para ir trabalhar continua fazendo isso, mas agora paga só uma vez. Por esse raciocínio, a receita das empresas tenderia a cair.
No entanto o secretário municipal dos Transportes, Gerson Bittencourt, destaca quatro pontos para argumentar que a implementação do bilhete único não causará aumento dos subsídios.
1. Com o bilhete eletrônico, caiu a evasão de dinheiro, que ficava em torno de 10%. Passes eram reutilizados ou desviados, o que não ocorre com o bilhete, monitorado eletronicamente;
2. A reestruturação de linhas feita em 2003, com a extinção de algumas e o fim de sobreposições, acabou com a competição predatória entre empresas;
3. Corredores (ou Passa-Rápido) e ônibus novos diminuem os custos com manutenção em até 90% (de R$ 2.000 para R$ 200);
4. A possibilidade de várias viagens pelo preço de uma passagem atrai usuários dos clandestinos e de outros sistemas, como a integração metrô-ônibus (R$ 3,15).


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