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Prefeitura promete expandir recarga
DA REPORTAGEM LOCAL
DO "AGORA"
Uma das principais reclamações dos usuários do bilhete único
têm sido as filas para recarregar os
cartões, mas prefeitura planeja
expandir a rede, hoje de 761 pontos. Mas, antes disso, a gestão
Marta Suplicy (PT) pode ter problemas com os donos das lotéricas, responsáveis por 735 pontos
de recarga. O sistema existe devido a um convênio entre SPTrans,
gerenciadora do transporte coletivo, e Caixa Econômica Federal.
"Os lotéricos reclamam que as
agências não comportam o movimento de passageiros que querem
recarregar o bilhete", diz Luiz
Carlos Peralta, do sindicato da categoria. "Além disso, os empresários recebem, em média, entre R$
0,12 e R$ 0,14 por operação de recarga. É um valor muito baixo."
A idéia do secretário municipal
dos Transportes, Gerson Bittencourt, é ampliar a rede para supermercados e farmácias. Segundo ele, as regras para a ampliação
devem sair na semana que vem.
Para atingir o número ideal, são
necessários ao menos mais 400
postos de recarga.
Apesar das dúvidas em relação
ao futuro financeiro do bilhete
único, o programa será um dos
principais trunfos da prefeita
Marta Suplicy (PT) na campanha
à reeleição, já que mexe num do
pontos mais sensíveis para o eleitor, o bolso.
Como o próprio Bittencourt explica, o bilhete acaba "equiparando" pobres e muito pobres na disputa por empregos. Como todos
pagam apenas uma passagem, o
custo do transporte deixa de ser
um critério de exclusão.
Para os empregadores, o bilhete
único tem significado redução de
despesas. De acordo com André
Martins, diretor da VB (empresa
de serviço terceirizado de fornecimento dos bilhetes de vale-transporte), as companhias têm tido
uma economia de 28% a 35%
com esse benefício. A VB atende a
15 mil empresas, com cerca de 350
mil usuários. Ao todo, 1,2 milhão
de pessoas usam vale-transporte.
"Cerca virtual"
Ponto que chamou a atenção no
primeiro mês de uso do bilhete, os
pequenos golpes com o cartão
eletrônico devem ter vida curta.
"Podemos ser fraudados um dia,
dois dias, mas você pode ter certeza absoluta de que no terceiro dia
o sistema vai pegar", afirma o secretário Bittencourt.
O secretário explica que o sistema ergue uma "cerca virtual" que
detecta movimentações anormais
em cartões. "A maioria usa duas,
três, no máximo quatro viagens.
Se tiver mais de quatro e isso for
repetido nas duas horas subseqüentes, o cartão é automaticamente bloqueado", afirma. Da
quinta-feira retrasada à última segunda-feira, 47 cartões foram
cancelados, segundo ele.
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