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Governo diz que houve falhas técnicas na obra
DA AGÊNCIA FOLHA
O governador Cássio Cunha
Lima (PSDB) disse ontem que
interesses eleitorais representaram o pano de fundo para o
"erro técnico ou má execução
da obra", prováveis causas do
acidente na barragem apontadas pelo governo.
Em 2002, ele polarizou a disputa ao governo da Paraíba
com Roberto Paulino (PMDB),
vice-governador que tentava a
reeleição.
Paulino havia assumido o governo no lugar de José Maranhão (PMDB), que se desincompatibilizou e foi eleito senador naquele ano. A obra da
barragem foi executada durante a gestão de Maranhão.
"O obra foi inaugurada no
primeiro semestre de 2002. É
aquela história de fazer a toque
de caixa para ser inaugurada
logo, por conta de prazo eleitoral", afirmou Cunha Lima.
"Toca de todo jeito para poder
fazer a festa de inauguração e
dá nisso."
O senador Maranhão rebateu
a hipótese de que tenha havido
erro no projeto da barragem e
refutou o caráter político aventado pelo governador.
"Eu posso dizer que não houve erro técnico na construção.
O que ocorreu foi uma fatalidade. Não há esse caráter político.
A obra demorou de dois a três
anos para ser concluída. Nem
pode-se dizer que foi feita a toque de caixa, pois nem tínhamos caixa para isso", declarou
Maranhão.
A assessoria de imprensa do
consórcio responsável pela
obra, formado pela Andrade
Galvão Engenharia Ltda. e CRE
Engenharia Ltda., informou
ontem que técnicos das empresas estavam na barragem apurando as causas do vazamento.
Outras obras
Cunha Lima disse que vai determinar inspeções em outras
obras do governo estadual
inauguradas ao longo de 2002.
"Esse não foi o primeiro problema. Tivemos também problema na [rodovia] PB-008 e
numa adutora, entre outros. Eu
estou determinando a instauração de uma equipe, com a
participação do Ministério Público e do próprio governo federal, para fazer uma avaliação
completa dessa obras", disse.
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