São Paulo, sexta-feira, 19 de junho de 2009

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10% dos jovens conseguem sexo em sites

Ministério da Saúde vai usar sites de relacionamentos, como o Orkut, para disseminar informações sobre sexo seguro

Segundo pesquisa, menos da metade dos jovens se protegeu em todas as relações casuais em 2008, contra 58,4% em 2004


DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A pesquisa do Ministério da Saúde divulgada ontem mostrou que a internet desempenha um papel importante na vida sexual dos jovens.
Por meio dela, 10% dos entrevistados com idades entre 15 e 24 anos conheceram alguém com quem, no último ano, praticaram sexo.
Para se aproximar desse público, o ministério deverá fazer intervenções para disseminar informações em alguns sites de relacionamento.
Segundo o ministro José Gomes Temporão, serão usadas até comunidades do Orkut. Ele citou duas delas: "Sexo no primeiro encontro, sim!" e "Conheci meu namorado(a) na net", com 243 e 611 participantes, respectivamente.
O estudante Gustavo Racy, 21, faz parte da geração de pessoas que marca encontros pela internet. Ele conheceu a namorada, alemã, em um site de viajantes. Quando ela veio a São Paulo, começaram a namorar. O casal, diz, usa camisinha.

Escola
Além da influência da internet na vida sexual dos adolescentes, outra novidade da pesquisa do Ministério da Saúde é a participação da escola no aspecto preventivo.
Foi no colégio que 16,5% dos jovens que pegaram camisinhas de graça obtiveram o preservativo. O percentual só é menor do que o de pessoas que pegaram o preservativo em serviços de saúde (37,7%).
O trabalho mostrou ainda que os jovens têm um alto nível de informação sobre prevenção e são os que mais utilizam preservativo. No entanto, o uso da camisinha, frequente no primeiro encontro, diminui à medida que os relacionamentos progridem.
Isso é um fator de preocupação, porque, além de terem começado a vida sexual mais cedo, eles têm mais parceiros eventuais do que as pessoas das outras faixas etárias e, o mais grave, estão se prevenindo menos do que antes: menos da metade (49,5%) dos jovens se protegeu em todas as relações casuais em 2008, contra 58,4% quatro anos antes.

Aids
Um dos fatores para essa queda, como na população em geral, pode ser a melhoria da expectativa de vida dos pacientes com Aids.
"Eles [jovens] não viveram a fase mais dura da epidemia", diz Mariângela Simão, coordenadora do Programa Nacional de DST e Aids (ligado ao Ministério da Saúde).


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